“Os nossos hospitais não podem nem devem ser depósitos de doentes; temos de criar nos nossos hospitais uma cultura de humanismo e de respeito pelos nossos doentes e acompanhantes; temos de combater de forma implacável todas as manifestações de desrespeito, de insensibilidade e de desleixo para com o nosso Povo”, ministro da Saúde(MISAU), Paulo Ivo Garrido, no domingo, na abertura do VII Conselho Hospitalar evento que decorre na cidade de Maputo –
Segundo defendeu no domingo em Maputo, o ministro da Saúde(MISAU), Paulo Ivo Garrido, quando o pessoal médico cuida da saúde do Povo, a face mais visível do seu desempenho como trabalhadores do sector, são os hospitais, ou melhor, o bom desempenho dos trabalhadores, a prontidão, a qualidade dos serviços prestados, o humanismo, a prontidão, a cortesia e a boa educação são os elementos que devem ser garantidos a todos os utentes nos hospitais do país.
Ivo Garrido que falava na abertura do VII Conselho Hospitalar que decorre desde domingo e com final previsto para amanhã, sublinhou que “nos hospitais o nosso Povo, o doente procura carinho, conforto e cura para os males que o atormenta”, sendo por isso que “as nossas profissões são nobres, onde a nossa postura e o nosso desempenho, podem significar a diferença entre a cura e o sofrimento e, mesmo entre a vida e a morte”.
Conforme o governante, “a primeira impressão que se colhe num hospital é a que concerne à humanização dos cuidados prestados, à cortesia, assim como à higiene, limpeza, conserrvação e ornamentação”, tendo acrescentado que “os nossos doentes e seus acompanhantes, apreciam de forma positiva o trato delicado, respeitoso, carinhoso, a palavra amiga e de conforto”. Porém, “pelo contrário, ressentem- se do mau atendimento caracterizado por linguagem rude, insensibilidade e friesa”, destacou Garrido, salientando que embora já se note melhorias em alguns hospitais, “persistem ainda em todas as provínciais queixas de mau atendimento, falta de respeito e zelo e até mesmo de cobranças ilícitas”, aliado também as frequentes “queixas ligadas aos longos tempos de espera , quer para marcar uma consulta ou operação, quer para se ser atendido no dia da consulta”.
Para Ivo Garrido, neste Conselho Hospitalar, “discutiremos com maior profundidade como operacionalizar a Humanização dos Cuidados de Saúde e, nesse quadro iremos avaliar o que está sendo feito no âmbito das iniciativas das Enfermerias Modelo e das Maternidades Modelo”; para dizer que “os nossos hospitais devem ter um funcionamento impecável, caracterizado por organização e disciplina; devem funcionar com base em horários bem definidos e de cumprimento rigoroso”.
Por exemplo, em 2006 abor – dámos “a problemática do horário dos hospitais, em especial do horário das actividades médicas e definimos que – à semelhança do que ocorre noutros países da nossa região – de 2ª a 6ª os médicos devem trabalhar das 7 às 15h30; além de que definimos que o atendimento aos doentes internados se deve realizar no período da manhã, sendo o período da tarde reservado à consulta externa”, coisa que na prática não se verifica nos nossos dias de hoje, na óptica do governante.
DIGNIFICAR PESSOAL MÉDICO
Segundo Ivo Garrido, a dignificação do trabalhador de saúde é outra prioridade do sector que dirige, razão pela qual, “a existência de boas condições de trabalho, mas também as condições sociais constituem a pedra basilar para a sua motivação”. Garrido questionou: “quando estão no hospital onde é que os trabalhadores trocam de roupa e onde é que tomam as suas refeições? quantos dos nossos hospitais têm um refeitório e vestiários condignos para os seus trabalhadores”, para depois responder que são estas “ questões frequentemente apontadas pelos nossos trabalhadores e que devem merecer a nossa atenção”- concretamente – “as que se relacionam com a sua formação em serviço, com a progressão na carreira e com as condições de habitação”.
Acima de tudo, na óptica do ministro Garrido, “quero recordar aos directores dos hospitais que é nossa responsabilidade controlar e medir o desempenho dos profissionais de saúde, a começar pelos médicos, elogiando os melhores e criticando e corrigindo os menos bons; tal como é nossa responsabilidade zelar pelo uso racional de medicamentos, prevenir os roubos, do material médico- cirúrgico e dos alimentos”, aliado ao facto de que “a gestão hospitalar têm de ser feita de um modo integral e integrado, para proporcionar um conjunto de serviços de primeira categoria para todos os utentes, isenta de qualquer discriminação”, além de que “os serviços prestados devem ser especiais para todos e não especiais apenas para uma minoria”.
Recordar que o VII Conselho Hospitalar(CH) está a discutir os seguintes assunos: balanço do cumprimento das decisões do VII CH, que teve lugar em Julho de 2009, analisar o desempenho dos Hospitais Centrais, provinciais e Gerais do Grande Maputo; discutir como implementar o Plano de Acção de Humanização dos Cuidados de Saúde; Debater a problemática da qualidade do acto médico e do acto de enfermagem, assim como do funcionamento dos serviços de farmácia, de laboratório e de imagiologia; debater a problemática da hotelaria hospitalar, em especial das áreas de cozinha-alimentação e da lavandaria-roupa, segurança das pessoas e dos bens hospitalares, melhoramento de edifícios, viaturas, e sobretudo, equipamento hospitalar, e melhorar a eficiência por meio de um crescente recurso às Técnologias de Informação e Comunicação( TIC`s)