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Ferroviário de Maputo 0 – Liga Muçulmana 0, jogo decidido pelos erros de arbitragem

A Liga Muçulmana não se sagrou campeão de Inverno, ao não conseguir melhor do que um empate sem golos na Machava, diante do Ferroviário. Complexos e inibições incompreensíveis tolheram o líder do Moçambola ao longo dos primeiros 45 minutos, período em que os muçulmanos poderiam ter construído um triunfo robusto. Honra seja feita, no entanto, à postura adoptada na segunda parte pela equipa de Artur Semedo que só não saiu com os três pontos da Machava porque a equipa de arbitragem não deixou. Uma questão de dimensão. Foi isso que faltou aos bravos da Liga Muçulmana nesta visita ao Vale de Infulene.

O empate a zero bolas na Machava poderia ter sido outra coisa bem melhor, mas a partir do momento em que os muçulmanos perceberam que o Ferroviário de Maputo não era tão forte como se pensava, faltou precisão no último toque e alguma sorte ao futebol da formação Artur Semedo. Aliás, só a partir do período em que o Artur Semedo arriscou tudo e partiu deliberadamente para o ataque, nos 30 minutos da etapa complementar, o Ferroviário conseguiu criar alguns lances de perigo. E porquê?

A estrutura bem montada por Semedo era perfeitamente sustentável se não houvesse qualquer abalo ou alteração na sua essência. Nesse registo, a Liga defendeu com tranquilidade, mas no ataque houve sempre a impressão de insuficiência de meios, com Maurício a desperdiçar todas oportunidades para levar os três pontos da Machava. No fim, a equipa da arbitragem contribuiu para o nulo ao não castigar uma mão de Tony Gravata dentro da área locomotiva. Ficou por marcar uma grande penalidade.

Filme do jogo

O Ferroviário, como sempre, surgiu posicionado no seu reduto defensivo, mas pouco seguro com a posse de bola e a tentar sair rápido para o ataque, mas de forma inconsequente. Do outro lado, uma Liga a carregar sobre o adversário como quem tenta atirar bolas contra um muro. Nelson, Jumisse e Mayunda assumiram as despesas do ataque, mas foi Maurício o primeiro a desperdiçar uma oportunidade escandalosa, atirando para defesa de Mohamed quando estava em óptima posição para atirar a contar, sem marcação já que Tony Gravata e Jotamo ficaram a ver jogar.

O Ferroviário procurou reagir mas Neco nem teve de se esforçar na primeira parte, tal a inoperância do sector mais avançado dos locomotivas. As ocasiões mais claras foram, portanto, dos muçulmanos: depois do falhanço de Maurício (23 minutos), contam-se duas defesas de Mohamed, a remate de cabeça do perdulário Maurício e num remate de Mayunda. Na verdade, durante a primeira parte os locomotivas limitaram-se a defender e esqueceram-se de atacar.

Neco quase “adormeceu” entre os postes, porque remates da equipa da casa quase não existiram. Talvez a turma de Chiquinho Conde já estivesse com a cabeça na segunda volta do Moçambola. Etapa complementar Evans e Carlitos começaram a aquecer no início da segunda parte, depois de ter ficado claro que Maurício era insuficiente para aproveitar os desequilíbrios provocados na defesa do Ferroviário de Maputo. Semedo ainda esperou alguns minutos, mas mais uma infantilidade de Maurício que não foi capaz de assistir Micas que tinha encontrado uma brecha na muralha locomotiva, precipitou as alterações que se impunham.

Entrou primeiro Carlitos para o lugar do esgotado Nelson e, dez minutos volvidos, Silvério para render o perdulário Carlitos. A Liga continuou a sentir dificuldades em fazer a bola chegar aos seus avançados, uma vez que o Ferroviário, na segunda parte, perdeu interesse em visitar o campo contrário e concentrou-se totalmente na defesa da sua área. No entanto, a irreverência de Micas, que não baixou os braços, poderia ter derrubado a resistência dos locomotivas no período de compensação.

Irreverência porque seria graças a um remate deste, depois de um ressalto ganho nas imediações da área de Mohamed, que Tony Gravata, qual jogador de Voleibol, usou os braços para impedir que a bola fosse a baliza de Mohamed ficando por assinalar uma grande penalidade. O árbitro estava tapado por Tony Gravata, mas o fiscal no enfiamento da jogada pareceu aliado da situação. Ou seja, a equipa de arbitragem jogou, com um erro que mudou a história do jogo, a favor do Ferroviário, a quem o empate, até pelas circunstâncias, serviu na perfeição.

Quadro de resultados da 13ª jornada (última da primeira volta)

Fer. Maputo 0 x 0 Liga Muçulmana

Textáfrica 3 x 1 Fer. Beira

Matchedje 0 x 0 Maxaquene

Sporting da Beira 1 x 1 HCB de Songo

Costa do Sol 3 x 0 Vilankulo

FC Fer. Pemba 1 x 1 FC Lichinga

Desportivo 0 x 1 Atlético Muçulmano

 

Classificação     J  V E D Golos P

1º Fer. Maputo 13 9 3 1 25-5 30

2º Liga Muçulmana 13 9 1 3 23-7 28

3º HCB de Songo 13 6 6 1 14-9 24

4º Maxaquene 13 6 4 3 14-9 22

5º Fer. Beira 13 5 3 5 12-13 18

6º Desportivo 13 4 5 4 9-11 17

7º Vilankulo FC 13 4 5 4 6-11 17

8º Sporting da Beira 13 3 4 5 14-16 16

9º Matchedje 13 4 4 5 8-11 16

10ª Textáfrica 13 3 6 4 11-13 15

11º Costa do Sol 13 4 2 7 14-15 14

12º FC Lichinga 13 2 5 6 6-13 11

13º Atlético Muçulmano 13 2 4 7 7-16 10

14º Fer. Pemba 13 2 2 9 7-16 8

 

PRÓXIMA JORNADA (14ª)

Sábado

Campo do Costa do Sol 15h – Costa do Sol x HCB de Songo

Estádio Municipal de Vilankulos 15h – Vilankulos FC x Fer. Maputo

 

Domingo

Campo da Soalpo 15h – Textáfrica x Liga Muçulmana

Campo do Costa do Sol 15h – Matchedje x Fer. Beira

Estádio 25 de Junho 15h – Fer. Pemba x Maxaquene

Campo do 1º de Maio 15h – Desportivo x FC Lichinga

Campo do Fer. Beira 15h – Sporting da Beira x Atlético Muçulmano

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