O Peru tornou-se o primeiro produtor mundial de folha de coca, com 119 mil toneladas métricas em 2009, ultrapassando a Colômbia, que registrou 103 mil toneladas, segundo um informe da ONU divulgado esta terça-feira em Bogotá.
“Estamos reportando que o Peru já ultrapassou a Colômbia como o maior produtor mundial de folha de coca com 119 mil toneladas métricas em 2009”, disse Aldo Lale, durante a apresentação do capítulo colombiano do informe do Escritório das Nações Unidas sobre drogas e crime (UNODC). Segundo Lale, “no Peru é produzida 45,4% de toda a folha de coca da região, enquanto a Colômbia, com 103 mil toneladas métricas, registra 39,3%, e a Bolívia, com 40.200 toneladas, 15,3% do total”.
Ao apresentar o capítulo Colômbia do monitoramento de cultivos de coca na Bolívia, Colômbia e Peru, em 2009, o funcionário da ONU revelou que houve uma diminuição de 5% nas quantidades de coca cultivadas nesta região. “De 167 mil hectares em 2008, caiu para 158 mil hectares em 2009”, disse. “Entretanto, essa queda pode ser atribuída exclusivamente aos resultados na Colômbia (16% menos). No Peru, a área de coca segue crescendo pelo quarto ano consecutivo; aumentou 6,8%, de 56.100 hectares em 2008 para 59.900 hectares em 2009”, enfatizou.
Quanto à produção de cocaína, o funcionário afirmou que a Colômbia registrou uma queda de 9% em 2009 em relação ao ano anterior e informou: “atualmente, a Colômbia produz 410 toneladas métricas anuais de cocaína”. Ante uma pergunta da AFP sobre números de produção de cocaína no Peru, Lale admitiu que “no momento são dados que não conhecemos”.
“O UNODC actualmente está revisando e avaliando os processos de conversão, e portanto neste ano não apresentará os níveis de produção potencial de cocaína no Peru”, indica o informe. Segundo as autoridades peruanas, os Estados Unidos e a Europa são os principais mercados para a exportação da cocaína produzida neste país, transportada por via marítima. Dados oficiais revelados em 2009 no Peru indicam que o tráfico de drogas gera 22 bilhões de dólares, o que representa cerca de 17% de seu PIB.