A Frota da Liberdade, interceptada esta segunda-feira pela marinha israelita durante uma ação que deixou de 10 a 20 mortos, segundo balanços contraditórios, é um comboio de seis barcos fretados por organizações pró-Palestina para levar ajuda à Faixa de Gaza.
A frota: um comboio integrado por um barco almirante, o “Mavi Marmara”, que transporta em torno de 600 pessoas, dois buques carregados de ajuda humanitária e outros três buques menores. Três deles levam a bandeira turca, dois da Grécia e o último dos Estados Unidos. Um sétimo barco de 1.200 toneladas, o “Rachel Corrie”, chamado assim em homenagem à militante americana morta por uma escavadeira em 2003 em Gaza, tinha partido da Irlanda para se unir ao comboio.
Organização: o comboio foi organizado pela “Coalizão da Frota da Liberdade”, que inclui o movimento Free Gaza, a Campanha Europeia para o Fim do Bloqueio a Gaza, a Organização Não-Governamental (ONG) turca Insani Yardim Vakfi, a Organização Perdana para a Paz Mundial, as ONGs grega e sueca Barco para Gaza, e o Comitê Internacional para o Levantamento do Bloqueio a Gaza.
Participantes: mais de 700 pessoas participaram da expedição, em sua maior parte membros de ONG internacionais, militantes de diversas nacionalidades e religiões. Cinquenta nacionalidades estão representadas, mas a metade dos passageiros é turca. Várias personalidades políticas e religiosas , deputados europeus, escritores e jornalistas também estavam a bordo. Entre eles, estão o arcebispo católico grego de Jersualém, Hilarion Capucci, o líder islamita árabe-israelense xeque Raed Salá, e o correspondente da emissora de TV árabe Al Jazeera, Abas Naser.
Carga: segundo os organizadores, os barcos transportavam aproximadamente 10.000 toneladas de ajuda humanitária, incluindo ajuda médica, alimentos, roupas, casas pré-fabricadas, áreas de brinquedos para crianças, material escolar, barras de ferro e cimento. “A bordo não há sequer navalhas ou facas”, afirmou um dos organizadores, destacando o aspecto pacífico da missão.
Missão: o comboio devia entregar sua carga à população da Faixa de Gaza, onde vivem aproximadamente 1,5 milhão de pessoas, das quais 80% dependem da ajuda internacional. Esse território palestino encontra-se sob estrito embargo israelense desde que o Movimento de Resistência Islâmica (cujo acrônimo em ábare é Hamas) tomou o poder em Gaza, em junho de 2007.
Cinco comboios desse tipo atracaram em Gaza desde que a campanha foi lançada, em agosto de 2008, e outros três foram interceptados pelas forças israelenses. Contrariamente aos cinco anteriores, que levaram cargas bem mais simbólicas, o comboio que partiu no domingo era o primeiro a transportar ajuda importante e que tinha envergadura internacional.