A companhia britânica de produção de óleos de Jatropha, “Sun Biofuels”, tem dez milhões de dólares norte-americanos (USD) para investir na produção de biodiesel em Moçambique. O Gestor de negócios desta firma, Sérgio Gouveia, disse a AIM que a aplicação do montante está dependente da atribuição do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) para mais cerca de seis mil hectares em Manica, Centro de Moçambique.
A “Sun Biofuels” adquiriu, em 2006, cinco mil hectares de terra para a produção da Jatropha em Manica. Entretanto, segundo os gestores da companhia, a pretensão é atingir cerca de 11 mil hectares. Essa extensão será utilizada para o cultivo da Jatropha e desenvolvimento de uma indústria de biocombustíveis, com o estabelecimento de uma fábrica devidamente apetrechada.
“Temos disponíveis Dez milhões de USD para investir, mas só temos cinco mil hectares de terra e nós queremos chegar aos Dez ou Onze mil hectares. Estamos a espera do DUAT para investir esse valor no aumento da área de produção da Jatropha e da nossa capacidade industrial” disse o nosso interlocutor. Por outro lado, a aposta desta companhia, segundo Gouveia, é investir no aumento da produtividade da semente por hectare.
“Nós pensamos que vale a pena investir na produção e que a produção da semente por hectare deve ser alta. O ideal para nós seria produzir seis toneladas de sementes da Jatropha por hectare por ano. Pensamos que podemos chegar lá”, afirmou. Ele, acrescentando que “neste momento estamos a produzir três toneladas/hectare”.
Até ao presente momento, a “Sun Biofuels” investiu em Manica oito milhões de USD na produção de variedades de sementes da Jatropha, aquisição de uma prensa para extracção de óleo e na construção e montagem de uma fábrica de processamento daquela leguminosa, entre outras acções. A “Sun Biofuels” pretende satisfazer a quota de biocombustíveis em Moçambique.
A par disso, esta companhia pretende substituir o consumo de diesel nos geradores de energia, bem como gerar energia de biomassa na base do bagaço para, numa primeira fase, electrificar as comunidades onde a empresa está implantada. De salientar que o bagaço da Jatropha, para além de ser utilizada para gerar energia, vai ser aplicado na produção de fertilizantes naturais.
“Queremos substituir o consumo de diesel e fornecer energia às comunidades. Estamos a construir escolas e centros de saúde que vão beneficiar de energia que pretendemos produzir. Nesse sentido, estamos a trabalhar em coordenação com o Fundo de Energia”, indicou Sérgio Gouveia.
De referir que a “Sun Biofuels” está a experimentar 96 variedades da Jatropha no seu centro de pesquisa. Porém, já esta a desenvolver uma variedade numa área de dois mil hectares. Esta empresa está envolvida em todas as áreas da indústria de biocombustíveis desde o cultivo, colheita, bem como a extracção e comercialização do respectivo óleo.
Fundada em 2005, a companhia britânica “Sun Biofuels” possui projectos do género na Etiópia e Tanzânia. Em Moçambique, o projecto de produção da Jatropha daquela companhia envolve 1.500 trabalhadores, número que poderá aumentar para 3.500 com a aplicação de mais investimentos.
O incentivo e promoção da produção de biocombustíveis é parte integrante de uma estratégia do governo para reduzir a dependência de Moçambique com relação aos combustíveis fósseis, a maioria dos quais importados.