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“Somos geração da viragem ou geração de virados?”

Foi um encontro que era considerado de decisões entre o presidente da república, Armando Guebuza e a juventude, neste caso da província da Zambézia. Mesmo com a mensagem bem clara que veio do chefe do estado que não queria ver indumentárias partidárias, ainda houve jovens pertencentes a Organização da Juventude Moçambicana (OJM), que fez de tudo para mostrarem as suas cores partidárias.

Naquele encontro realizado no distrito costeiro de Pebane, só valia a pena ver e não ouvir. Foram mobilizados jovens de quase todos distritos. Pebane, ficou pequeno em tudo, desde o alojamento, alimentação e ate a praia de mavirane, ficou ínfima. Enfim, tudo na perspectiva da juventude dialogar frente a frente com o pai da nação, oportunidade impar para uns que nunca tinham estado com o alto magistrado da nação moçambicana. Sim Sr. mobilização “mundos e rios” como se diz em gíria popular.

O primeiro sinal que as coisas não iriam correr bem naquela sala pequena, diga-se sem receios, foi a escolha de alguns jovens para acomodarem-se, neste caso, o grosso que teve lugar para sentar, vinha de Quelimane, composto por jovens que estão enquadrados em muitos sectores do estado.

Logo a prior via-se que tarde ou cedo a gota iria transbordar para fora do copo. Já no interior da sala e depois de muita coisa dita pelos jovens, sobretudo a falta de enquadramento destes nos fóruns de decisão provincial assim distrital, aqui, falouse de que os jovens não fazem parte dos chamados Conselhos Consultivos Distritais (CCDs), órgãos que decidem “bem ou mal” o uso dos vulgos “sete milhões” alocados aos distritos.

“Queremos fazer parte destes fórum senhor presidente”-pediram os jovens. Outros ainda queixaramse ao presidente da falta de habitação, emprego, educação, etc, só para citar alguns exemplos. Viria aí o grande momento, quando o PR, Armando Guebuza, como lhe é característico, desafiou os jovens a cultura de trabalho e o espírito de auto-estima entre outras coisas.

O grande momento que nos referimos foi quando Armando Guebuza, começou a falar sobre a geração da viragem, aquele discurso que ainda vai dar que falar. Na ocasião, o chefe do estado disse que os jovens são uma verdadeira geração de viragem e dai que tudo lhes espera, sobretudo os desafios do país. Foi neste momento que um jovem oriundo de um distrito, pediu a palavra naquela sala quente e questionou ao PR se de facto os jovens são uma geração de viragem ou já fazem parte de uma geração que já foi virada.

“Sr Presidente, gostaria de saber se nós jovens somos uma geração de viragem ou somos uma geração de virados”-questionou o jovem que arrancou aplausos de alguns e silencio e um resmungar de outros, claros, aqueles cuja orientação política já vê via. Um outro jovem, alias, importa aqui salientar que nomes dos dois jovens ficaram registados por nós, mas não iremos aqui publicá-los.

O segundo quando também pediu a palavra, secundou o seu colega, tendo ainda afirmado que “só ouvimos falar da geração da viragem e ninguém explica com detalhes como é que isso se manifesta”-rematou.

Estava feita a abertura, faltava o chefe do estado responder. Não se fez de rogado, logo depois do primeiro jovem ter tocado no assunto, Guebuza, perguntou como se chamava o jovem para depois explicar de uma forma curta, mas com um semblante não menos bom que “geração da viragem são vocês jovens”-respondeu Guebuza. Mais nada, o resto foram aquelas explicações de sempre.

Dai que os jovens que vinham dos distritos voltaram a proveniência, mas ficou muita coisa por escrever sobre a geração da viragem.

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