PIB de Moçambique vai crescer 5,8% em 2010, acelerando face aos 5,4% conseguidos em 2009, ano em que a sua economia “geriu razoavelmente bem a crise”, segundo o relatório Perspectivas Económicas Africanas divulgado esta segunda-feira em Abidjan.
O crescimento da economia moçambicana continua a ser principalmente conduzido pelo investimento estrangeiro no sector mineral, enquanto que a ajuda externa, por parte dos doadores internacionais, tem beneficiado os sectores agro-industrial, energia e construção civil, refere o documento da responsabilidade do Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e Comissão Económica para África da ONU.
“Os projectos estrangeiros aumentaram a dependência de Moçambique na ajuda externa e, consequentemente, aumentaram a sua vulnerabilidade e falharam as suficientes ligações ao sector privado e a redução da pobreza”, assinala o relatório que, no entanto, refere que, apesar das suas limitações, o país subiu cinco lugares no ranking de 2010 do Banco Mundial sobre condução de negócios.
A aplicação de reformas esteve na origem desta performance, mas o relatório ainda as considera insuficientes, dando como exemplo os “constrangimentos que constituem” as “rígidas leis laborais e a lei do uso da terra”.
Para o futuro, o BAfD, OCDE e Comissão Económica da ONU exigem a Moçambique maior capacidade de execução fiscal, aumento da qualidade da educação e dos serviços de saúde e o combate ao HIV/SIDA. O relatório recorda que, apesar do crescimento económico alcançado nos últimos cinco anos, o país continua a ser um dos mais pobres do mundo, devendo a taxa de pobreza ter caído de 54,1 porcento em 2003 para 45 porcento em 2009.
O Fundo Monetário Internacional (FMI), no World Economic Outlook divulgado em Abril, prevê que a economia de Moçambique cresça 6,5 porcento este ano e 7,5 porcento em 2011. Estes desempenhos significam uma melhoria, face aos 6,3 porcento de progressão do PIB registada em 2009.