Antes do nascimento do actual troféu que é entregue ao campeão do Mundial de futebol, existia a taça Jules Rimet, que levava o nome do presidente da Fifa criador do torneio, e acabou sendo roubada e fundida no Brasil, país que a conquistou definitivamente em 1970.
Dois anos antes da primeira edição do Mundial do Uruguai, em 1930, os dirigentes da Federação Internacional de Futebol encarregaram o escultor francês Abel Lafleur do projeto da nova taça que custou 50.000 francos suíços e teve uma vida conturbada até o seu desaparecimento.
O primeiro incidente envolvendo a taça Jules Rimet ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, período em que as competições esportivas foram paralisadas pelo conflito e o troféu foi salvo dos saques pelo italiano Ottorino Barassi, vice-presidente da Fifa na época, que o escondeu em uma caixa de sapatos embaixo de sua cama.
Com a retomada dos Mundiais, no Brasil-1950, o troféu voou para a terra em que ficaria definitivamente em 1970 e desapareceria na década de oitenta. Mas antes, em 1966, desapareceu quando era exibido no Central Hall de Londres como parte dos preparativos para o Mundial da Inglaterra, e seu salvador desta vez foi um cãozinho chamado Pickles, que o encontrou enterrado sob uma árvore, após os esforços em vão da Scotland Yard.
O Brasil de Pelé maravilhou o mundo no Mundial do México, em 1970, e ao somar seu terceiro título conseguiu ficar com a taça, até que um dia desapareceu das vitrines da Confederação Brasileira (CBF) no Rio de Janeiro.
Reza a lenda que seus ladrões fundiram o troféu de 35 centímetros de altura e 3,8 quilos, feito em ouro e prata, com uma base azul elaborada com a pedra semipreciosa lápis-lazúli e placas de ouro para gravar o nome de seus ganhadores de 1930 até 1970, quando o Brasil ficou para sempre com a “Deusa alada da Vitória”.
De acordo com algumas versões, o enigma foi desvendado no dia 30 de dezembro de 1988 em Ipanema, quando foi encontrado assassinado com sete tiros Antônio Aranha, o homem que, supostamente, idealizou e liderou o roubo, mas sem cumprir a promessa de dividir os ganhos com seus cúmplices, que esperavam parte do dinheiro da venda do ouro fundido.
De qualquer forma, essa história ficou de lado com o nascimento da nova taça para o Mundial da Fifa na Alemanha, em 1974.