Enquanto o Botsuana e Namíbia são tidos como únicos países africanos a atingirem o acesso universal à assistência contra a transmissão vertical (de mãe para filho) do HIV/SIDA, Moçambique e Suazilândia são “os piores da região” no agravamento de casos da doença ainda sem cura no mundo.
Resultados da última avaliação da epidemia desenvolvida pelo Programa das Nações Unidas sobre a SIDA (ONUSIDA) indicam que a situação é “mais grave na Suazilândia onde a esperança de vida reduziu, drasticamente, para 30 anos, em 2009, contra 45 anos do ano anterior”. Não há nada sobre a mesma matéria (esperança de vida) em Moçambique, mas dados daquela organização indicam que o país tinha, em 2009, cerca de 100 mil crianças de zero aos 14 anos de idade a viverem com a doença e que a sua taxa de prevalência em adultos de 15 a 49 anos era de 14,7%.
Mulheres com mais de 15 anos de idade a viverem com HIV/SIDA, em Moçambique, eram estimadas em 810 mil e que o número da população moçambicana com a doença era de 1400 mil pessoas. Botsuana & Namíbia Entretanto, o director executivo da ONUSIDA, Michel Sidibé, considerou o Botsuana e a Namíbia casos raros, em África, ao atingirem o acesso universal à assistência em matéria de transmissão vertical da SIDA, realçando que naqueles países “já não há transmissão do HIV/ SIDA de mãe para filho”.
Falando à Imprensa na capital senegalesa, Dakar, sobre os progressos feitos no acesso universal aos cuidados, Sidibé afirmou que, nalguns países de África, a transmissão vertical da SIDA pode ser eliminada até 2015, “se os governos se engajarem e aceitarem mobilizar fundos no interior mesmo dos países africanos e não das instituições internacionais”, disse. “É urgente que os países se mobilizem se quiserem realmente reduzir a transmissão da SIDA”, disse, indicando não ser aceitável que, cada ano, “quatro mil crianças nasçam em África com o HIV/SIDA”.