O Ministro moçambicano da Energia, Salvador Namburete, reconheceu ter havido um abrandamento na implementação de alguns projectos de biocombustíveis no pais, uma situação causada pela crise financeira e económica que afectou o mundo, bem como devido a queda dos preços de combustíveis nos mercados internacional e doméstico.
Com os preços baixos dos derivados de petróleo, muitos dos investidores começaram a duvidar da viabilidade dos biocombustíveis como alternativa aos combustíveis fósseis. Apesar disso, Namburete garante que a maioria dos projectos não está abandonada, acreditando que os sinais de retoma económica e de subida dos preços no mercado internacional possam impulsionar ainda mais a sua implementação no país.
Falando há dias em Maputo, Salvador Namburete indicou, a título de exemplo, que existe, na província nortenha do Niassa, uma empresa com tudo bem encaminhado, o que permitirá a instalação, nos próximos meses, de uma refinaria de oleaginosas para a geração de biocombustíveis.
“O que vai acontecer, numa primeira fase, é que a empresa vai produzir os biocombustíveis para alimentar a sua própria maquinaria” referiu. O Ministro falou ainda de um “grande” projecto com capitais britânicos que está a ser implementado na província central de Manica dedicado à produção da jatropha, na qual será depois instalada a refinaria para a produção de biocombustíveis.
Reconheceu, contudo, que durante o período da implementação dos projectos nem tudo correu bem, sendo que alguns dos projectos tiveram que ser redimensionados ou mesmo cancelados. Tal é o caso da Procana, na região Sul de Moçambique, cuja concessão teve que ser anulada devido aos incumprimentos do contrato com o Governo.