A imprensa russa lamenta esta terça-feira o fim das ilusões sobre a segurança no país, um dia depois dos atentados no metrô de Moscou que deixaram 39 mortos. “A realidade acabou com as ilusões sobre a segurança no dia a dia”, afirma o jornal econômico Vedomosti.
“Durante os últimos anos, as autoridades e as emissoras públicas fizeram os russos acreditar que o terrorismo estava localizado no Cáucaso do Norte e não ameaçava os simples cidadãos”, acrescenta. “Duas explosões, com meia hora de intervalo. E onde? Em pleno centro de Moscou, no coração do país. Debaixo do nariz dos serviços de segurança”, destaca o jornal popular Tvoi Den.
“O ataque sem dúvidas provocou um efeito de estupefação”, afirma o Vremia Novostei, que cita o “retorno do grande terror em Moscou, após vários anos de calma relativa”. “O que aconteceu mostra que as autoridades não conseguiram avanços significativos na solução do problema do separatismo no Cáucaso do Norte”, completa.
Pelo menos 39 pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas em dois atentados executados na segunda-feira no metrô de Moscou. A primeira explosão aconteceu na estação Lubianka, próximo à sede do FSB, o organismo de segurança do país (a antiga KGB). Os atentados foram atribuídos às autoridades russas a duas mulheres-bomba vinculadas a grupos rebeldes do Cáucaso russo.