Um alto funcionário dos serviços de segurança de Cuba pediu ao dissidente Guillermo Fariñas o fim da greve de fome e sede que ele realiza há quase um mês, durante uma visita ao hospital de Santa Clara, onde o opositor está internado há 10 dias.
“O diretor do departamento de atividades contrarrevolucionárias para esta região, Héctor de la Fé Freyre, pediu a Fariñas que renuncie à greve, alegando que sua saúde está gravemente deteriorada e que pode morreir”, declarou por telefone à AFP a porta-voz do dissidente, Licet Zamora.
Ela disse que esta foi a primeira visita a Fariñas de um alto funcionário dos serviços de segurança de Estado. “Guillermo respondeu que deseja a libertação de 26 presos políticos enfermos. O diretor não fez nenhum comentário a respeito, tampouco proposta alguma”, disse Zamora.
Fariñas, um psicólogo, jornalista independente e ex-militar de 48 anos, se inspirou na morte do preso político Orlando Zapata, um pedreiro de 42 anos, que faleceu após dois meses e meio de greve de fome para pedir melhores condições carcerárias. Fariñas foi hospitalizado em 11 de março após um choque hipoglicêmico. Ele recebe hidratação e alimentação por via intravenosa, já que se recusa a ingerir comida e líquidos.