O surto de cólera que afecta cinco províncias das regiões centro e norte do país já causou 41 óbitos de um total de 2601 casos notificados, sendo Zambézia e Cabo delgado as mais afectadas.
Esta informação é referente ao período que vai desde o primeiro dia do mês de Janeiro até as sete horas locais de quinta-feira. Leonardo Chavana, Director Nacional Adjunto da Saúde Pública e porta-voz do Ministério da Saúde (MISAU), disse, na quinta-feira, em Maputo, que a situação da doença continua preocupante, porque o número de casos tende a subir, com o agravante de algumas províncias afectadas estarem, agora, a atravessar o período de cheias. Até finais do mês de Fevereiro, as cinco províncias afectadas (Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Sofala) tinham, segundo o MISAU, contabilizado 36 óbitos dos 1968 casos até então notificados.
A província da Zambézia, centro do país, lidera a escala com 1099 casos notificados e 19 óbitos, sendo o distrito de Gurué o mais afectado com 959 casos notificados. A província de Cabo Delgado, norte do país, notificou até ao momento 643 casos com sete óbitos, sendo que a maioria destes casos ocorreram na cidade de Pemba, capital provincial. O Ministério da Saúde intensificou as acções de monitoria da doença nas zonas afectadas, porque em algumas províncias afectadas como Sofala e Zambézia há agora o problema de cheias que, segundo o porta-voz, constituem o maior vector de propagação da doença.
“As cheias constituem condição fértil para a contaminação das fontes de água e agora que há cheias em algumas províncias os respectivos poços estão mergulhados, o que propicia a deposição de dejectos que podem causar a doença”, disse Chavana, acrescentando que o MISAU procura garantir o acesso das comunidades aos meios de tratamento do precioso líquido como é o caso de cloro. Nas restantes províncias do país, o número de casos não é menos preocupante, com Niassa registando um total 534 casos e 13 óbitos, Sofala e Nampula 195 e 130 casos e um óbito para cada uma, respectivamente.
Chavana disse, por outro lado, não se ter registado novos casos de desinformação que se saldaram na vandalização de uma unidade sanitária na Zambézia, porque o Governo, as escolas e outras forças vivas da sociedade multiplicaram os seus esforços na educação cívica das comunidades. O centro de saúde vandalizado nunca encerrou as portas, continuando a trabalhar, mas há necessidade de se inventariar os danos causados, para que se possa repor o património destruído.