Moçambique é um dos 49 países africanos que deverão fracassar no cumprimento integral das metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) nos seus Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) e destinadas à redução em cerca de metade a taxa de mortalidade infantil e da pobreza absoluta, até 2015.
No continente, apenas Seychelles, Maurícias, Tunísia e Namíbia é que estão apontados por Charles Abugre, director-adjunto para África da campanha da ONU sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, como os quatro a cumprirem as mesmas metas.
“Apesar dos esforços de Moçambique com vista à redução da pobreza absoluta, aumento da taxa de acesso à água potável, entre outros itens, o país continua a registar elevados índices de mortalidade materno-infantil, HIV/SIDA, desemprego, escassez de infra-estruturas e dificuldades de acesso a cuidados básicos de saúde”, referiu Abugre, falando esta quartafeira em Maputo.
Ele fez ainda saber que o relatório preliminar contendo todas as acções desenvolvidas por Moçambique em cumprimento dos ODM deverá ser apresentado durante a cimeira da União Africana, prevista para Julho de 2010, para o mesmo documento ser apresentado na sede da ONU, em Setembro próximo, para a sua apresentação e debate.
Aquele quadro das Nações Unidas realçou, entretanto, que ao longo dos próximos cinco anos a sua organização irá apoiar Moçambique no desenvolvimento de acções tendentes a atingir as metas da ONU.
Refira-se que a ONU estabeleceu que 189 países, dos quais 53 de África, tidos como estando em vias de desenvolvimento, devem reduzir para metade os elevados índices de pobreza absoluta na sua população, iniciativa a ser alcançada através da conclusão por todas as crianças em idade escolar do ensino primário, promoção da igualdade do género, redução da mortalidade materno-infantil, combate ao HIV/SIDA, malária e outras metas, num total de oito pontos.