As automotoras introduzidas para o transporte ferroviário de passageiros pela Empresa Pública Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM-EP) aliviaram a pressão e permitiram melhorar a redistribuição dos meios disponíveis facilitando a circulação de pessoas e bens na zona sul do país.
Estas unidades que transportam passageiros para Marracuene, Matola-Gare e Ressano Garcia, na província de Maputo, e para a cidade de Chókwè, na província vizinha de Gaza, realizaram, em 2009, duas mil viagens transportando 180 mil passageiros, segundo revelou em entrevista a AIM o director de Comunicação e Imagem da CFM-EP, António Libombo.
As automotoras triplas, que entraram em actividade em Maio de 2009, estão dotadas de capacidade para transportar 170 passageiros cada mas em media tem feito viagens transportando 95 passageiros, o mesmo para com as carreiras expresso para Ressano Garcia e Chókwè, feitas ao fim-desemana, com ida aos sábados e regresso aos domingos. A introdução de automotoras surgiu porque, segundo Libombo, se impunha a necessidade de viabilizar este serviço que faz parte do pacote de compromissos da empresa para com a sociedade depois de verificado que o transporte de passageiros no comboio normal tem custos muito altos.
“Este transporte contempla os serviços interurbanos e de longo curso e por causa do carácter social desta actividade o passageiro paga cerca de 20 por cento do custo real operacional e os restantes 80 por centos são suportados pela CFM-EP”, disse Libombo. Libombo revelou que uma das unidades deste serviço, que foi reintroduzido agora em regime experimental depois de ter servido na década 70, esta imobilizada devido a problemas mecânicos, encontrando-se neste momento em reparação.
Apesar do bom desempenho destas unidades, segundo Libombo, existia na empresa um plano de aquisição de novas unidades do género, mas esta ideia, com a aquisição de carruagens recondicionadas em 2009, no Botswana, ficou fora de hipótese, pelo menos por enquanto. Libombo destacou que a rota mais concorrida em termos de fluxo de passageiros é a do Limpopo, com ida as quartas e regresso as quintas-feiras, por ser a rota mais longa com poucas vias alternativas. Uma viagem na carreira expresso para Chókwè dura cerca de cinco horas e para Ressano Garcia cerca de três.
Uma viagem na carreira expresso para Chókwè de automotora custa 120 (cerca de quatro dólares norteamericanos) Meticais e para Ressano- Garcia, junto a fronteira com a Africa do Sul, o valor da passagem esta fixado em 60 Meticais. No comboio normal, o bilhete de passagem para Chókwè custa 45,50 Meticais e para Ressano 15 Meticais. Transporte de passageiros incrementou em mais de 20 por cento O sistema ferroviário de transporte de passageiros da região sul de Moçambique registou um crescimento assinalável de 21 por cento, ao lograr transportar 1.608.626 passageiros durante o ano de 2009, contra 1.330.471 do ano anterior (2008).
Esta cifra, segundo António Libombo, director de Comunicação e Imagem da empresa Pública Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM-EP), diz respeito aos passageiros transportados pelos serviços de transporte interurbano e de longo curso, cuja actividade se integra no âmbito do programa social da empresa. “Este trabalho é eminentemente social dado que não e rentável para uma empresa comercial gerar lucros. Faz parte do nosso programa social de redução da pobreza garantindo o transporte de pessoas com regularidade, qualidade e eficiência”, explicou Libombo.
Segundo Libombo, para melhorar ainda mais o transporte ferroviário de passageiros na região sul, a empresa Caminhos de Ferro de Moçambique Sul, em 2009, investiu 12.300 mil Pulas, moeda tswana que vale cerca de dois rands sulafricanos, (o rand sul-africano vale cerca de 3.60 Meticais). Este montante, segundo Libombo, foi empregue na aquisição de 29 carruagens para o transporte de passageiros e nove restaurantes e furgões geradores, que já se encontram em território nacional em processo de revisão e pintura para entrar em acção o mais breve possível.
Depois de terminado o trabalho de revisão e pintura para que passem a ostentar as cores nacionais, estas unidades que, de acordo com Libombo, deverão entrar em circulação ainda no decurso do presente trimestre, a empresa pretende relançar o transporte de passageiros para outras rotas, como é o caso de Goba, na província de Maputo, junto a fronteira com a Swazilândia. “Estas carruagens são praticamente novas e, uma vez em circulação, vão aliviar imenso as dificuldades que ainda persistem no sistema de transporte de passageiros contribuindo grandemente para a melhoria da distribuição dos recursos disponíveis para este serviço”, referiu o director Libombo.
Chamado a tecer considerações sobre as acções de vandalização das unidades circulantes, Libombo disse ter se registado um caso em 2009 com um comboio de passageiros na linha do Limpopo, quando indivíduos desconhecidos atiraram pedras para o interior da locomotiva, provocando feridos ligeiros e outros com alguma gravidade. Este tipo de incidentes foi resolvido graças a colaboração popular tanto é que até ao momento não se registam casos desta natureza tanto para o transporte com as automotoras como também com o comboio normal de passageiros.
Libombo apelou aos utentes dos comboios normais de passageiros para não vandalizar, nem destruir as novas carruagens a semelhança do que acontece com as automotoras cujo estado de conservação tem sido impecável, facto que a AIM testemunhou ao visitar uma das unidades estacionadas na estação central dos CFM-Sul.