O Conselho Municipal da Cidade da Beira acaba de lançar uma forte ofensiva contra o “hábito” de encurtamento de rotas por parte dos transportadores semi-colectivo de passageiros na capital provincial de Sofala. Essa posição reflecte o reconhecimento por parte da edilidade em relação a gravidade da situação.
Trata-se de uma prática que já vêem ocorrendo a bastante tempo, com todas implicações para o bolso dos munícipes os quais frequentemente denunciaram essa situação mas a edilidade não reagia.
Recentemente essa problemática foi matéria de debate na Cidade da Beira, e o vereador para a área dos Transportes no Município terá sido o mais infeliz, ao afirmar que desconhecia dessa situação, que em nenhum momento teria recebido uma denúncia formal e que nunca sentiu o problema porque não circula de chapa.
O referido Vereador é por sinal o antigo Presidente da Assembleia Municipal da Beira, Borges Gada Cassecussa. Depois de ter sido confiado para assumir o prestigiado cargo, era suposto que fosse mais sensível às preocupações dos munícipes.
Cassecussa é tido como elemento de extrema confiança do autarca Daviz Mbepo Simango. Ultimamente a governação de Daviz Simango tem sido bastante criticada pelo facto de se mostrar algo distante em relação as preocupações dos beirenses. Essa situação ocorre sobretudo desde que tornou a superfície a sua ambição pelo mais alto cargo da nação, nomeadamente a Presidência da República.
Na Cidade da Beira diariamente multiplicam- se vozes que consideram que Daviz Simango desde que lançou o seu novo partido, designadamente o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), passou a ocupar-se mais tempo na sua organização política em detrimento da gestão municipal.
Entretanto, retomando a problemática de encurtamento de chapas, O Autarca constatou ontem uma forte presença dos agentes camarários principalmente nos locais onde frequentemente ocorre essa situação. As rotas com maior número de casos dessa prática são nomeadamente Baixa / Macúti, Baixa/ Munhava e Maquinino/ Aeroporto. Por exemplo, em relação a Baixa/ Macúti muitos chapistas tem baldeado os passageiros na paragem intermédia de Matacuane, mais conhecida por Estiva.
Quanto a Baixa/ Munhava o baldeamento tem ocorrido na zona do semáforo junto às instalações da Companhia das Águas, porquanto a terminal estabelecida para essa rota é na zona de Mawinga, onde antigamente funcionou o balcão da Maraza do extinto Banco Popular de Desenvolvimento (BPD). E em relação a Maquinino/ Aeroporto, O Autarca apurou que o baldeamento dos passageiros tem sido na zona da Manga-Mascarenhas.
Refira-se que da Baixa à Macúti o preço estabelecido é de cinco meticais, o mesmo custo fixado em relação a rota Baixa/ Munhava. Significa que devido a prática de encurtamento de rotas, os munícipes que tem de fazer todo o percurso acabam desembolsando dez meticais. E do Maquinino à Aeroporto a tarifa estipulada é de sete meticais, mas a partir da Mascarenha até Aeroporto cobra-se cinco meticais, o que totaliza doze meticais.
A ofensiva contra o encurtamento de rotas praticamente foi lançada ontem. Ela inclui a sensibilização dos munícipes para resistirem a acção ilícita dos chapistas e também para sempre que depararem-se com essa situação procederem imediatamente a sua denuncia. Entretanto, ate o fecho da jornada de ontem não havia indicação de algum chapista ter sido sancionado pela pratica de encurtamento de rotas.