O representante da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNIESCO), em Moçambique, Noé Chicuecue, disse haver “pouco empenho do Governo” na formação de professores para escolas especiais destinadas aos deficientes, situação que, segundo ele, concorre para a exclusão social dos deficientes moçambicanos.
“Há poucos professores já formados para ensino de sinais em Moçambique, por não estar a ser feito um trabalho mais aprofundado na sua formação, o que faz com que este grupo social seja excluído da vida quotidiana do país”, referiu Chicuecue, falando ao Correio da manhã.
Por outro lado, Chicuecue deplorou o comportamento de alguns progenitores de menores deficientes que privam os seus filhos de irem à escola “e mesmo de brincarem com outras crianças do bairro por apenas serem deficientes”, convidando a sociedade para sensibilizá- los a deixarem os seus filhos irem à escola e desenvolverem qualquer tipo de actividade útil à sociedade.
“Convite particular endereço ao Ministério da Mulher e Acção Social de Moçambique para colocar equipas suas de explicação junto aos pais das crianças que, na Beira, onde os casos são frequentes, não deixam os seus filhos deficientes irem à escola ou brincarem com outras crianças devido à sua condição de deficientes”, enfatizou o representante da UNESCO em Moçambique. Chicuecue falava ao jornal à margem da reunião de capacitação sobre planos estratégicos inclusivos de redução da pobreza promovida pelo Banco Mundial (BIRD), Handicap International e Fórum das Associações Moçambicanas de Deficientes (FAMOD).