N a bacia do rio Rovuma, na zona marítima da região de Mocímboa da Praia, no norte do país, foi descoberta uma reserva de gás natural, cujas quantidades ainda estão por determinar. A perfuração realizada, até agora, indica uma formação de 147 metros de espessura, a uma profundidade de 3600 metros.
Este facto foi tornado público, na cidade de Nampula, pela Ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias. Trata-se do primeiro dos três furos que vão ser abertos na zona marítima da bacia do Rovuma, dos quais se esperam resultados positivos em face da grande prospectividade da área. E os trabalhos de perfuração deverão atingir a profundidade projectada de 5500 metros.
O conhecimento da existência deste hidrocarboneto resulta dos trabalhos de prospecção e pesquisa de gás e petróleo naquela região do país, liderados pelo consórcio norteamericano Anadarko, nos quais despendeu, desde 2006, cerca de 250 milhões de dólares americanos. Esta é uma descoberta técnica e até que se faça uma descoberta comercial, o que levará pelo menos dois anos, serão ainda feitos, este ano, dois a quatro furos nas imediações deste que já foi realizado. Os indicadores desta descoberta são positivos, mas é preciso fazer uma avaliação. E é necessário, entretanto, sublinhar que a descoberta deste novo recurso no país representa mais um ganho para os moçambicanos, anotou.
Segundo Esperança Bias, caso haja uma descoberta comercial, o Governo está preparado para o destino a dar a este hidrocarboneto, cuja prioridade estará virada para o mercado nacional e, posteriormente, para a exportação. Sublinhou que, para valorizar este recurso, é preciso continuar a trabalhar noutras frentes porque, segundo justificou, mesmo que a descoberta comercial venha a acontecer dentro de um a dois anos, não se devem cruzar os braços, porquanto este recurso vem apenas acrescentar valor a outros tantos disponíveis no país, sobretudo no turismo, na agricultura e, mesmo, na área mineira.
Observou que, em termos financeiros, o Governo ainda não desembolsou nenhum valor para os trabalhos de prospecção e pesquisa de hidrocarbonetos na bacia do Rovuma, não obstante a participação da ENH, que detém 15 por cento de acções e somente irá desembolsar fundos quando se passar à fase de implementação física do projecto.