Pelo menos cinco membros da mesma família (pai, mãe e três filhos) morreram carbonizados depois que a sua casa, de construção precária, pegou fogo em circunstancias estranhas na noite da última terça-feira, no bairro suburbano de Inhagóia “A”, na capital do país, Maputo.
Segundo relatos da vizinhança, os factos ocorreram depois de a dona da casa destruída pelo fogo, que respondia pelo nome de Irene Bié, ter sido acusada de roubo de um telefone celular por uma vizinha, identificada apenas por Carla, tendo esta ultima prometido à família da acusada que se ia vingar.
Informações colhidas no local dos factos indicam que a dona do telemóvel (Carla) teria mandado um grupo de indivíduos em número não especificado para incendiar a referida casa, enquanto as vítimas dormiam. O secretário do bairro de Inhagóia “A”, Felisberto Soquiço, lamentou os factos, explicando ao “Noticias” que mesmo se houvesse problemas sérios entre elas, não devia ter se chegado a este extremo, porque existem estruturas criadas para resolverem qualquer que seja o diferendo.
“Estamos muito tristes por causa do que aconteceu. São cinco pessoas que perderam a vida neste incêndio. É lamentável”, disse Soquiço. Ele acrescentou que “a dona Carla confessou ter sido ela quem mandou incendiar a casa e promete denunciar os executores do crime”. Falando às autoridades policiais, a indiciada prometeu custear todas as despesas do funeral, mas pediu para não ser presa”. Contudo, a indiciada neste crime já foi detida pela Polícia. Por seu turno, Alberto Macuácua, um dos vizinhos que ajudou a debelar o fogo, disse que “todo o quarteirão” esteve no local para socorrer as vítimas, mas debalde, uma vez que quando se aperceberam o fogo tinha já consumido boa parte da casa.
“Nós só ouvimos pessoas a gritarem e logo saímos para percebermos o que se passava, mas o fogo era tão forte que não fomos a tempo de socorrê-las”, disse Macuácua. Ele acrescentou que “tentámos abrir a porta, mas estava amarrada e pensámos que os indivíduos que incendiaram a casa antes trataram de amarrar as portas”. Os corpos já foram removidos pelos agentes da Polícia de Investigação Criminal (PIC) para a morgue do Hospital Central de Maputo (HCM).
