Cerca de 24% das raparigas das províncias de Cabo Delgado, Tete e Manica com idades compreendidas entre 15 e 18 anos estão envolvidas em actos de prostituição nas zonas onde decorrem actividades de prospecção e extracção de recursos minerais, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Esta percentagem poderá aumentar dentro dos próximos cinco a 10 anos devido a previsões de crescimento da indústria extractiva em Moçambique, de acordo com Hélder Muchanga, oficial de políticas da delegação do UNICEF em Moçambique, realçando que “nos lugares onde há demanda de actividades de mineração há sempre grandes riscos de tráfico e trabalho infantil numa sociedade em desespero como a nossa”.
Muchanga revelou, entretanto, estar em agenda mais um trabalho de investigação da situação para determinação de números actualizados do envolvimento de raparigas na prática da prostituição infantil no país, ajuntando que, no cômputo geral, o trabalho infantil em Moçambique é praticado por uma média de 22%.
Ainda na Indústria Extractiva, o oficial de Políticas do UNICEF explicou que em muitos países o sector tem provocado o aumento preocupante de casos de prostituição infantil, realçando que “a mineração é perigosa e agrava a pobreza da população local”, tal como está a acontecer na Nigéria, Libéria e Serra Leoa.
Muchanga recomendou ao Executivo de Moçambique a implementar estratégias de gestão sustentável de recursos minerais visando mitigar os impactos sociais negativos da indústria extractiva.
