Mais um ano vai iniciar com as taxas de juro em Moçambique em dois dígitos, custo altíssimo para qualquer investimento legal em qualquer parte do mundo. Apesar de todos os discursos de retoma da economia e do relaxamento da política monetária a verdade é que desde Dezembro de 2018 até hoje a Prime Rate desceu somente 2,20 por cento ainda longe dos 14,68 por cento de Janeiro de 2015.
Apesar do Banco de Moçambique (BM) ter avaliado a sua actuação em 2019 como “muito positiva” a Política Monetária que está a implementar desde 2017 continua a ser muito restritiva mantendo o custo do dinheiro muito caro para os moçambicanos.
Com uma nova interrupção da descida da Taxa MIMO, que em Outubro foi mantida nos 12,75 por cento em que estava desde Agosto, o BM de certa forma alinhou nos receios dos bancos comerciais que avaliam que a economia real não está a recuperar, como os políticos propalam, e mantiveram para o mês de Dezembro as suas taxas de risco inalteradas travando a Prime Rate nos 18 por cento estabelecidos em Setembro último.
Quando a Prime Rate do Sistema Financeiro foi introduzida em 2017 estava nos 27,75 por cento, altura em que o Crédito à Economia tornou-se negativo, desde então reduziu 9,75 por cento, ainda longe da Política Monetária expansionista que Filipe Nyusi encontrou quando se tornou Presidente de Moçambique.
Os bancos comerciais também não mexem nas suas margens de lucro há vários meses, dentre os três bancos que dominam a economia moçambicana o Standard Bank continua a ter os spreads mais altos, o que lhe tem proporcionado lucros bilionários.
Embora o BM ainda possa relaxar a sua Política Monetária antes do fim do ano banqueiros ouvidos pelo @Verdade prevêem que a actividade económica só irá efectivamente melhorar depois de Filipe Nyusi tomar posse para o 2º mandato que foi eleito e após o novo Governo apresentar o Orçamento de Estado para 2020, portanto nunca antes de Março próximo.