O Dia Internacional contra a Homofobia, lançado por iniciativa de uma organização de Québec, será celebrado em cerca de 50 países neste final de semana para lembrar que se “a homossexualidade não tem fronteiras”, a discriminação também não mais.
“Existem 192 países na ONU e, na metade, a homossexualidade é ainda proibida, principalmente no continente africano, nos países árabes e na Ásia”, destaca Laurent McCutcheon, presidente da Fundação Emergence, que desempenhou papel importante na instituição do dia.
A primeira comemoração aconteceu em Québec, em 2003 e, depois, a idéia ganhou outros países. O 17 de maio foi escolhido para este dia (International Day Against Homophobia, em inglês, conhecido pelo acrônimo IDAHO), porque foi em 17 de maio que a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais. “Há ainda muito trabalho a fazer”, destaca, no entanto, o presidente da Emergence.
Sessenta e sete países apenas assinaram a declaração relativa aos “direitos do homem e à orientação sexual e identidade de gênero”, apresentada ano passado pela Assembléia-Geral da ONU por iniciativa da França e da Holanda. “O Vaticano não quis assiná-la”, comenta McCutcheon. “A Rússia parece ser um ‘osso duro'”, considerou, a propósito da violência de que são vítimas as comunidades gay, lébica ou trans neste país.
Moscovo manteve nesta sexta-feira seu veto à realização da “gay pride” prevista para coincidir sábado com a final de um concurso da Eurovision, na cidade. Durante desfiles precedentes, proibidos em 2006 e 2007, jovens ultranacionalistas haviam agredido com violência militantes gays.
Na França, onde várias manifestações estão sendo previstas, o tema deste ano será a “transphobie”, ou a rejeição a pessoas transexuais. A Emergence pretende atacar no próximo ano a homofobia no mundo do esporte. “isto será um grande desafio”, comentou a respeito a ministra de Imigração de Québec, Yolande James.