No total, 134 casos suspeitos de febre hemorrágica viral de Ébola foram registados na Guiné dos quais 84 mortos desde os primeiros casos revelados em Fevereiro último na parte meridional do país, nomeadamente nas localidades de Guéckédou, Macenta e Kissidougou, anunciou, esta quinta-feira (3), o Ministério guineense da Saúde.
A mesma fonte estima a taxa de letalidade em cerca de 63 porcento contra mais de 70 porcento anunciados na semana passada, de acordo com a fonte. O ministério da Saúde exorta as populações «a respeitarem escrupulosamente» as medidas de higiene e de saneamento suscetíveis de as proteger contra a doença, e deixarem os serviços competentes ocuparem-se da inumação das pessoas falecidas.
O Comité Interministerial, que se reúne diariamente desde o forte desenvolvimento da doença, decidiu velar pelo controlo, bem como pela supressão dos deslocamentos das populações duma cidade, onde casos de mortes forem constatados, para outra fortemente povoada, com vista a eliminar a cadeia de contaminação.
O Governo, que estima em quatro milhões 512 mil 703 dólares americanos, o seu plano de resposta à epidemia de Ébola, está a multiplicar os apelos em direção aos parceiros técnicos e financeiros.
Respondendo a estes apelos, a gigante mineira anglo-australiana, Rio Tinto, desembolsou uma 100 mil dólares americanos, entregues à Organização Mundial da Saúde (OMS) com vista a reduzir a morbidez e a mortalidade em zonas onde existam projetos da multinacional presente no sul do país, o epicentro da doença, onde ela explora um jazigo de ferro no monte Simandou.
A Organização Oeste-Africana da Saúde (OOAS), agência da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), disponibilizou recentemente 50 mil dólares americanos.
A OOAS reagiu assim após a OMS ter concedido uma contribuição de 40 mil dólares americanos e fornecido kits de higiene e de proteção, transportados para as zonas mais afetadas do país, a cerca de mil quilómetros da capital, Conakry, onde 11 casos foram registados com quatro mortes.
Vinte peritos alemães, franceses, ingleses e indianos, nomeadamente clínicos, epidemiologistas, antropologistas, deslocaram-se há 10 dias ao sul do país onde Médicos Sem Fronteiras (MSF) desdobraram uma forte equipa que apoia agentes sanitários locais.
Os esforços do Governo e as múltiplas campanhas diárias de sensibilização não bastam para parar a persistência de algumas pessoas em dizerem acreditar nas virtudes de tratamento com a cebola que pode, segundo elas, vencer a febre hemorrágica viral de Ébola.
A patologia transmite-se por contacto direto com o sangue, as secreções, os orgãos ou líquidos biológicos de pessoas infetadas e carateriza-se muitas vezes por um brusca subida de temperatura, com uma fraqueza intensa, mialgias, dores de cabeça e de garganta.
Às vezes, ela se acompanha por sintomas como vómitos, a diarreia, erupções cutâneas, a insuficiência renal e hepática e as hemorragias interna e externa e ainda não existe nenhum tratamento, nem vacina específica contra o flagelo.