Onze por cento da cerca de sete mil pequenas, médias e grandes explorações agrícolas usam a tracção animal nas operações produtivas nos campos de produção, alegadamente devido ao baixo efectivo do gado bovino e por falta de dinheiro para a sua aquisição e prevalência de doenças diversas que afectam os animais.
Moçambique dispõe de cerca de 1,5 milhão de efectivos bovinos, uma das mais baixas taxas da África Austral segundo o Ministério da Agricultura (MINAG) que acaba de realizar uma pesquisa sobre Inquérito Agrícola Integrado 2002/2012, salientando que o uso da tracção animal é mais aproveitado nas províncias do Sul e Centro do país, onde há maior criação daquela espécie de animais.
No geral, as tecnologias aplicadas na agricultura moderna privilegiam a grande produção, favorecendo os grandes proprietários e marginalizando os pequenos produtores, de acordo ainda com a pesquisa, realçando que a tracção animal é a alternativa mais económica para as pequenas e médias propriedades por o uso de maquinaria agrícola acarretar altos custos operacionais causados pelos elevados custos de combustíveis.
O aprimoramento da força animal, combinando com a mecanização agrícola, “oferece excelentes vantagens na escala de produção”, reitera o documento, lamentando, entretanto, o facto do programa de fomento do uso da tracção animal no país estar a ser afectado por “cortes orçamentais e realocação de fundos para outros projectos do sector agrícola”.
No Sul, refira-se, a província usa a tracção animal para cultivo e limpeza dos campos agrícolas, seguida de Gaza, enquanto no Centro está apenas a província de Tete.
Na zona Norte, o menor uso da tracção animal deve-se à maior prevalência de doenças, cuja assistência técnica e veterinária é assegurada por um número reduzido de profissionais distribuídos pelos Serviços Pecuários Provinciais, laboratórios do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique e Faculdade de Veterinária da Universidade Eduardo Mondlane, salienta o MINAG.
