O processo de actualização do recenseamento eleitoral em curso em Moçambique, desde 15 de Junho passado, está a enfrentar várias dificuldades que podem comprometer o alcance das metas, embora o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) considera que a situação está sob controlo. Um dos grandes problemas que se regista neste momento é a impossibilidade de cobertura de todos os postos de recenseamento dado o reduzido número de brigadas.
Segundo o Director-geral do STAE, Felisberto Naife, neste momento estão a funcionar 5.625 postos de recenseamento aprovados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) com apenas 3.263 brigadas. Esta situação leva a que as brigadas sejam móveis, deixando alguns postos vazios em determinados momentos. De sublinhar que recentemente a Renamo, maior partido da oposição moçambicana, chegou a remeter uma queixa-crime contra o STAE acusando o órgão de estar a sabotar o processo “por causa do seu desleixo”, exactamente pelo facto de alguns postos se encontrarem vazios nalguns momentos.
Naife considera que não há razões para alarmes, apesar desta situação. “Estão a funcionar em todo o país 5.625 postos de recenseamento e 3.263 brigadas aprovados pela CNE. São estas brigadas que até o dia 29 deste mês vão abarcar todos os postos, mas não o farão ao mesmo tempo, vão precisar de se movimentar para abarcar todos os postos”, explicou.
Para além das dificuldades em relação ao reduzido número de brigadas para cobrir todo o país, o processo é marcado por constantes avarias do equipamento electrónico. Aliás, é o mesmo equipamento que criou problemas durante o processo de recenseamento de eleitores dos 43 municípios do país no ano passado. Em relação a este ponto, o STAE considera que “tudo é ultrapassável” “Estamos em condições de ultrapassar estas situações e garantir que os 483.150 cidadãos previstos sejam inscritos para poderem exercer o seu direito em Outubro próximo”, afirmou Naife.
Neste momento, estima-se que cerca de 140 mil pessoas já estejam inscritas, um número muito abaixo da metade do previsto. Para minorar o problema da paralisação do equipamento, o STAE tem estado a enviar carregadores, novas baterias e geradores às províncias, uma vez que se constatou que o maior constrangimento está relacionado com a capacidade de armazenar carga.
No fim-de-semana passado, o STAE distribuiu cerca de 400 baterias e entre a última quinta-feira e hoje recebeu mais 700 que vão ser distribuídos nos próximos dois dias. Ainda, está prevista a chegada, nos próximos dias, de 900 novas baterias que servirão de reserva. Esta actualização do censo tem em vista as quartas eleições gerais e as primeiras para as Assembleias Provinciais agendadas para o próximo dia 28 de Outubro o país.