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Zimbabwe: “desorganização” marca os dois dias de voto antecipado

A organização Rede de Apoio às Eleições zimbabweanas (ZESN, sigla em inglês), afirma que a “desorganização” que caracterizou os dois dias de voto antecipado, destinado aos diplomatas, agentes da polícia e militares no Zimbabwe, poderá ditar a má realização das eleições presidenciais e legislativas de 31 de Julho.

Igualmente, a rede mostra-se preocupada com o facto de o caos registado durante os dois dias (domingo e segunda-feira últimos) vir a ser um indicador do que poderá acontecer no dia do escrutínio, segundo as declarações do presidente da organização, Solomon Zwana. “O dispositivo continua desorganizado, um sinal de que a Comissão Eleitoral não está preparada”.

Perto de 87 mil pessoas, entre militares, agentes da polícia e membros dos principais órgãos de segurança do Estado, votaram antecipadamente para que estejam disponíveis no dia 31 deste mês, data das eleições.

Entretanto, o processo foi marcado por atrasos consideráveis na abertura das assembleias de voto e por falta de material, nomeadamente a tinta indelével, os carimbos, as listas dos eleitores, os boletins de voto e as urnas.

“A comissão eleitoral, deverá tomar as providências para prorrogar o período a fim de que todos aqueles que têm a permissão de o fazer tenham essa oportunidade”, disse o responsável.

Obasanjo chefia observadores da UA

O antigo Presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, dirigirá a missão dos cerca de 60 observadores destacados pela União Africana (UA) para as eleições gerais previstas para 31 de Julho no Zimbabwe.

Obasanjo terá uma tarefa árdua de dez dias antes da data do escrutínio que combina as presidenciais, as legislativas e as municipais, tendentes a “coroar” os esforços até então desenvolvidos, com vista à restauração de um clima democrático no país, a seguir à violência pós-eleitoral de 2008.

O escrutínio corre o risco de não ser democrático devido ao registo de eleitores “fantasmas” nas listas e ao clima de repressão policial, caracterizado por intimidação às organizações da sociedade civil desde finais de 2012.

Os observadores da UA serão oriundos das organizações da sociedade civil e de países membros que se juntarão aos nove observadores não africanos já presentes, enquanto a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) terá a sua própria missão. Porém, o Presidente Robert Mugabe opôs-se à presença de observadores não africanos para supervisionar esse escrutínio, do qual espera sair vencedor, para um novo mandato de cinco anos.

Apelos da AI

A Amnistia Internacional (AI) apelou na última sexta-feira aos observadores da União Africana e da SADC a “registarem meticulosamente as violações dos direitos humanos, em particular as cometidas pelos serviços do Estado”.

A ONG apelou igualmente aos observadores estrangeiros a que não supervisionem somente as assembleias de voto, mas que também verifiquem se os eleitores foram intimidados ou vítimas agressões.

De referir que Robert Mugabe está no poder há 33 anos, sendo considerado o mais velho dos chefes de Estado africanos, com 89 anos de idade, e terá como opositor o seu actual Primeiro-Ministro Morgan Tsvangirai, de 61 anos, que se estreou na política em 1990.

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