O Ministro malawiano dos Transportes, Khumbo Kachali, diz que o Zimbabwe anunciou o seu interesse em tomar parte no projecto de navegação dos rios Chire e Zambeze. Ao anunciar este facto, o Ministro malawiano disse que com a adesão do Zimbabwe os governos do Malawi e de Moçambique estão a rever os termos iniciais do Memorando de Entendimento sobre o projecto.
O projecto inclui, entre outras infraestruturas, a construção de um porto fluvial em Nsanje, no Malawi, avaliado em vinte milhões de dólares, cuja primeira fase poderá estar operacional em Setembro próximo. No entanto, todas as componentes deste projecto estão estimadas em seis biliões de dólares.
O Projecto de navegação dos Rios Chire e Zambeze visa permitir o acesso ao Oceano Índico por via fluvial a partir de Nsanje até ao porto moçambicano de Chinde, na província Central da Zambézia, numa distancia de 238 quilómetros, tendo como mais valia a redução dos custos de transporte para os países do hiterland. Com a adesão do Zimbabwe sobe para quatro o número de países interessados neste projecto que inicialmente abrangia Moçambique, Malawi e Zâmbia.
Segundo informações avançadas no Malawi, neste momento as autoridades locais estão empenhadas na mobilização de financiamentos junto de parceiros internacionais para levar avante a edificacao do porto de Nsanje cujas obras estão a cargo do consórcio português Mota-Engil. Há dias, o Secretário-Geral da COMESA, Mercado Comum da África Austral e Oriental, Sindisso Ngwenha, pediu ao Malawi para imprimir uma maior celeridade na conclusão do projecto de navegação dos rios Chire e Zambeze.
Ngwenya disse que a COMESA está a negociar com o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para libertar fundos, bem como o apoio técnico necessário. O Malawi é um país do hinterland, cujo comércio com o mundo depende muito das infra-estruturas moçambicanas daí acreditar se que o porto poderá reduzir as distâncias na importação dos seus produtos em cerca de 560 quilómetros em relação ao porto da Beira, Centro do pais, e 660 quilómetros em relação ao de Nacala, no Norte.
Assim, a estratégia dos malawianos é de navegar o Zambeze para o transporte das suas mercadorias de Nsanje ao Chinde, na foz do rio Zambeze, e vice-versa. A gestão do Porto de Nsanje foi concessionada, por um período de quarenta anos, a este Grupo português (Mota Engil), através de um contrato de exploração assinado com o governo malawiano.