O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, derrubado do poder por militares no fim de semana passado, declarou esta terça-feira à ONU que descartaria efetuar um segundo mandato se recebesse uma solicitação neste sentido.
“Se me dessem a possibilidade de ficar no poder (para um segundo mandato), não aceitaria”, afirmou Zelaya durante uma entrevista coletiva organizada depois de seu discurso na Assembleia Geral da ONU. Em resolução aprovada por aclamação, na presença de Zelaya, a Assembleia Geral condenou nesta terça-feira “o golpe de Estado na República de Honduras, que interrompeu a ordem democrática e constitucional” no país.
Nesta terça-feira em Tegucigalpa, milhares de manifestantes contra Zelaya expressaram seu apoio às autoridades que derrubaram o presidente, enquanto uma contra-manifestação que, segundo um de seus representantes, reunia “mais de 10.000 pessoas” se dirigia para o centro da capital de Honduras.
Manuel Zelaya foi destituído por ter tentado organizar uma consulta popular para emendar a Constituição e abrir a porta a uma eventual reeleição, um plebiscito considerado ilegal pela Suprema Corte.
O presidente eleito anunciou que voltará a Honduras na quinta-feira. “Irei a Tegucigalpa na quinta-feira. Irei como presidente eleito, e cumprirei meu mandato de quatro anos”, havia afirmado Zelaya segunda-feira.