Dos 3.030 crimes contra a vida registados em 2019 em Moçambique 570 aconteceram na Província da Zambézia, região onde na semana passada um cidadão assassinou a esposa por esta não ter devolvido 5 meticais de troco e um outro tirou a vida do filho sem causa aparente.
A Procuradora-Geral da República revelou no seu Informe à Assembleia da República que durante o ano passado foram registados 3.030 crimes contra a vida. Dentre eles 1.515 homicídios involuntários, 500 homicídios voluntários simples, 683 homicídios qualificados, 103 envenenamentos, 47 linchamentos, 26 infanticídios e 12 parricídios.
“As províncias da Zambézia e Sofala, e a Cidade de Maputo registaram o maior número, com 570, 325 e 317, respectivamente”, indicou Beatriz Buchili que recordou que “a vida constitui o pré-requisito à existência de todos os demais direitos, por isso, atentar contra ela representa um enorme desrespeito à dignidade humana com graves repercussões em diferentes domínios da sociedade”.
Paradoxalmente, poucos dias antes da PGR dirigir-se ao Parlamento, no Distrito de Morrumbala um cidadão assassinou a esposa com recurso a um enxada na sequência de uma discussão causada pelo facto da finada não ter devolvido um troco de 5 meticais do dinheiro que recebeu para fazer compras para a casa.
Na mesma circunscrição da Província da Zambézia um outro indivíduo tirou a vida do seu filho depois de se ter envolvido numa briga com a esposa alegadamente quando se encontrava sob efeito de bebidas alcoólicas.