Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:
Preocupação do CSCS em relação aos medias
O Conselho Superior da Comunicação Social (CSCS) veio a público, mais uma vez, manifestar a sua preocupação em relação à baixa qualidade ética de alguma imprensa em Moçambique. Esta entidade, que em tempo também disse estar agastada com o que classificou de conteúdos publicitários veiculados pelas médias, com efeitos que agridem a moral e a saúde dos moçambicanos, habituou-nos a este tipo de posicionamento. O estranho é que quando são os órgãos públicos, que dependem dos nossos impostos, que atropelam as normas ninguém entra em pânico. A violação da liberdade de imprensa e direito à informação que esta instituição diz estar a notar é um assunto já com barbas brancas e rijas. O que não temos visto ao longo destes anos é um trabalho desencadeado pelo próprio CSCS para evitar tais males. Poupem-nos de aparições públicas que não passam de show off.
Acidentes de viação
Os acidentes de viação passaram a ser um assunto banal e quase “ignorado” por muito, apesar de que semanalmente morrerem e ferem-se dezenas de pessoas. Em parte está o desrespeito das normas de condução, mas o grande problema é o mau comportamento dos automobilistas. Não há respeito e amor pela vida. As autoridades e a sociedade precisam encontrar novas formas de refrear o drama, sobretudo porque diante da tamanha sinistralidade fica provado que nem as multas agravadas e impostas no Código da Estrada são, nem de longe, um paliativo. É uma tremenda aberração que os carros sigam matando sem freios porque quem vai ao volante dos mesmos ignora o facto de estar a transportar vidas. Será que ninguém se compadece com o sofrimento de quem por um triz escapa da morte e fica com sequelas que o tornam inválido pelo resto da vida? O Instituto Nacional dos Transportes Terrestres (INATTER), a Policia e os tribunais devem articular com vista a garantir que aqueles que transformam as viaturas em máquinas para cometer assassinatos sejam duplamente punidos e impedidos de voltarem à estrada por um longo período.
Renegociação da dívida da EMATUM
O Governo moçambicano recorreu aos credores para renegociar a dívida da EMATUM. O Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, até usou os nossos impostos para ir ao estrangeiro de modo apresentar a proposta que visa a extensão do prazo de pagamento por mais três anos, passando de 2020 para 2023. Como que dizer que não temos capacidade financeira para pagar o montante no período estipulado, o economista-chefe da consultora Eaglestone, Tiago Dionísio, afirmou à Lusa que a reestruturação da dívida da EMATUM era esperada e os credores deverão aceitar a proposta apresentada. O Executivo de Filipe Nyusi pode fazer o que quiser para atenuar o impacto dos males deixados por Armando Guebuza, mas o que os moçambicanos exigem realmente é responsabilização criminal das pessoas que deliberadamente nos arrastaram para este precipício. Não se explica que ninguém tenha sido chamado à razão por nos ter secretamente endividado desta forma. Ou temos um Estado com instituições de justiça funcionais, ou temo uma república de bananas.