Os nossos leitores elegeram as seguintes xiconhoquices na semana finda:
PPP com Whasintelec
As Parcerias Público-Privadas (PPP), um modelo de investimentos cada vez mais usado no mundo para a prossecução do bem público, através da participação de capitais privados na provisão de bens, serviços e infra-estruturas públicos, em Moçambique beneficiam as elites políticas e lesam o Estado. Um exemplo pragmático disso é a Whasintelec, empresa participada por Armando Guebuza e Graça Machel, entre outras figuras da nomenclatura, concessionada para a produção e distribuição de chapas de matrícula de veículos automóveis e de reboque. Esta firma meteu-se neste negócio de forma duvidosa e pouco transparente. E porque tem a cobertura de gente que está na Função Pública para defender a corrupção e a baixeza nos negócios, ninguém consegue dar um basta às irregularidades que tem praticado. Um país com dirigentes sem punho capazes de travar a promiscuidade na relação entre às empresas privadas ou públicas com o Estado não vai longe.
Emboscada ordenada por Afonso Dhlakama em Tete
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que luta pela criação das províncias autónomas em Moçambique, pese embora tenha sido chumba pela Frelimo, afirmou de viva voz que a emboscada ocorrida a 14 de Junho, em Moatize (Tete), que resultou em mortos e feridos, foi por si ordenada. “Não posso esconder, dei ordens. O comandante perguntou ‘mais uma vez temos de mudar a base porque esses vêm atacar-nos?’ Eu disse que não, vão ao encontro deles”, declarou o famigerado “pai da democracia”. É assim que um homem que se considera amante da paz pretende promover o bem-estar do seu país? Afonso Dhlakama devia ter pesadelos constantes por causa das mortes que foram por si provocadas por causa da sua sede pelo poder. Um bom líder não governa à força. Senhor Dhlakama, faça trabalho e história para o povo confiar em si e nas suas obras. Chegas de tanto sangue no país.
Acordo de princípios de despartidarização do Estado
Depois de várias rondas de muito café e sem nenhum acordo, o Governo e a Renamo assinaram na terça-feira (23), em Maputo, uma Declaração de Princípios sobre a Despartidarização da Administração Pública. O que não se percebe é como será feita a tal despartidarização da Função Pública, em termos práticos. Vai-se, agora, incendiar todas as células que a Frelimo, por exemplo, criou nos ministérios e noutras instituições do Estado e posteriormente deitar as cinzas no mar para que desapareçam para sempre? Quem vai monitorar tal despartidarização? O que as partes deviam fazer é parar de entreter o povo com questões que já constam de várias leis aprovadas em Moçambique, mas que não estão a ser implementadas. E para já, quando é que será rubricado o acordo sobre a desmilitarização da Renamo? Quando é que terá lugar o fim do belicismo que caracteriza as relações entre o Governo e este partido político? Ou seja, quando é que a paz se torna afectiva em Moçambique?