Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:
Muitos dirigentes na delegação para os Jogos da Lusofonia
A comitiva moçambicana que se encontra a participar na terceira edição dos Jogos da Lusofonia é composta por 102 pessoas. O número de dirigentes desportivos que faz parte da prova é, deveras, elevado. Será que havia necessidade da presença de tantos indivíduos que lidam com questões meramente cosméticas?
Ou os dirigentes viram uma oportunidade para fazer turismo? Obviamente que isso está a reflectir-se nas despesas da comitiva, onde se espera que os atletas beneficiem de incentivos através de prémios de jogos. O dinheiro que será gasto para custear a estadia dos dirigentes sem necessidade devia servir para dar melhores condições aos atletas.
A única presença importante nas competições desta natureza é a dos treinadores e do pessoal de apoio, sendo que não há necessidade que os dirigentes estejam presentes, uma vez que não influenciam, de modo algum, nos resultados, ou seja, na prestação das selecções.
A maior esperança de Moçambique nesta competição é a selecção nacional de basquetebol, as “Samurais”, que foram para Goa com o objectivo de revalidar o título conquistado em Lisboa. Na modalidade de atletismo, o país está representado por quatro atletas, nomeadamente Alberto Mamba, Creve Machava, Sílvia Panguana e Kurt Couto.
A milionária casa para o administrador do Ile
Numa altura em que muitos profissionais de vários sectores do Estado reclamam o aumento de seus ordenados e, por seu turno, o Governo invoca a desculpa de que não há dinheiro para o efeito, esta semana o povo foi surpreendido com as obras de construção da residência oficial do administrador do distrito de Ile, na província da Zambézia, orçadas em mais de 28 milhões de meticais.
Do ponto de vista socioeconómico (uma vez que já estava orçamentada) , a iniciativa não é má, mas peca pelo facto de ser paradoxal. Num país em que a população vive na desgrenhada miséria, o executivo dá-se ao luxo de apostar em actividades pouco prioritárias como a compra de Mercedez, mansões, jactos, entre outros bens.
Mas por falta de um programa sério e com a perspectiva de desenvolvimento por parte dos gestores públicos, nada espanta. Além disso, este investimento não é tão estranho. Mas o que deixa indignados os nossos leitores é o facto de haver áreas prioritárias como saúde, educação e vias de acesso sem grandes intervenções.
Projecto de expansão do Centro Conferências Joaquim Chissano
O projecto de expansão do Centro de Conferencias Joaquim Chissano que contempla a construção de um edifício multifuncional vai absorver pouco mais de 250 milhões de dólares norte-americanos e é resultado de uma parceria entre os Governos moçambicano e chinês.
Entretanto, a primeira pedra foi lançada pelo Chefe de Estado, Armando Guebuza, e as obras estarão a cargo da empresa chinesa ANHUI Foreign Economic Construcion Group (AFFEC), num prazo de dois anos.
O referido edifício compreenderá um hotel de 290 quartos, centro internacional de conferências para duas mil pessoas, salão de banquetes, entre outros compartimentos. Esta Xiconhoquice tem, simplesmente, em vista acabar com o Centro de Conferências Joaquim Chissano e acomodar interesses pessoais. Além disso, é óbvio que o Presidente da República pretende ter uma quota-parte neste negócio.
A alegação que se encontra para a materialização do projecto de expansão do Centro de Conferências Joaquim Chissano é a de que a cidade e província de Maputo não dispõe de espaços suficientes para o alojamento de visitantes. Bem, é caso para dizer: mais um negócio da China!