Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:
Guerra no centro
A região Centro, sobretudo ao longo da Estrada Nacional número 1, tornou-se um palco de uma guerra sangrenta. Porém, os dirigentes deste país continuam indiferente à situação que, a cada dia que passa, vai ganhando proporções alarmantes. Todos os dias, chega-nos relatos de vidas humanas perdidas, entre civis e militares. Tem vindo a subir o número de militares das Forças Governamentais mortos na sequência de emboscadas de homens armados, alegadamente da Renamo, na região de Vunduzi, na província central de Sofala.
As nossas fontes dão conta da entrada de soldados feridos no Hospital Central da Beira. Vários feridos com gravidade e alguns deles perdem a vida. Outros perdem a vida no local da emboscada. Há indicação de soldados feridos que foram transportados para o Hospital de Chimoio. Apesar da gravidade da situação, isso parece não sensibilizar os insensíveis que conduzem o destino de Moçambique.
Sequestros
A onda de sequestros que começou em 2011 nas cidade de Maputo, Matola e Beira transformou- se numa situação incontrolável. Todos os dias, os criminosos sequestraram pelo menos dois cidadãos moçambicanos. A Polícia, como sempre, continua inerte, revelando a sua cumplicidade nesse acto que está a deixar milhares de moçambicanos à beira do desespero. Aliás, há dias as autoridade policiais continuam a repetir qual robô que têm estado a trabalhar. Na semana passada, o porta-voz da PRM em Maputo veio a público confirmar o que há muito se sabe: “Há elementos da Polícia que cooperam com os sequestradores.”
O Estado, que deveria garantir a segurança da população, continua indiferente e as vítimas desesperam sem saber quando o terror terá fim. As vítimas não são somente moçambicanos de origem asiática, nem os da classe média. Nesta semana houve relatos de cidadãos estrangeiros sequestrados. Como consequência disso, mais de 40 alunos abandonaram o estabelecimento de ensino português na capital do país, devido à vaga de raptos, e pediram transferência para Portugal e outros países.
Compra de jatinho de luxo
Parece mentira, mas é verdade. Num país com problemas de diversa ordem e onde grande parte da população passa fome, os dirigentes dão-se ao desplante de adquirir jatinho de luxo para fins não declarados. Ou seja, a Força Aérea de Moçambique (FAM), que quase não possui aeronaves militares, adquiriu este ano uma luxuosa e sofisticada aeronave, de marca Beechcraft modelo Hawker 850XP, um bimotor de médio porte e de alcance intercontinental, com capacidade para transportar luxuosamente 8 ou 10 passageiros, dependendo da configuração adoptada, fabricada nos Estados Unidos da América (EUA) e está avaliada em mais de dois milhões de dólares norte-americanos.
O jatinho foi comprado em segunda mão nos EUA e passou a ser propriedade das FAM em Setembro, altura em que o seu registro norte-americano foi cancelado e transferido para a Força Aérea moçambicana. Agora a dúvida é: Que pobreza absoluta andamos nós a combater, investindo em sucatas? Não será isso uma forma de gozar com o sofrimento dos moçambicanos?