Os nossos leitores elegeram as seguintes xiconhoquices na semana finda:
Falta de água no Hospital Provincial de Tete
Há cada xiconhoquice neste país! Ainda não digerimos os relatos recorrentes sobre a escassez de medicamentos em diferentes unidades sanitárias moçambicanas, e eis que recebemos informações segundo as quais o Hospital Provincial de Tete, o maior naquele ponto de Moçambique, está desprovido de água. As torneiras não pingam uma gota sequer, há cinco dias.
O que mais agasta os utentes daquela unidade sanitária é o facto de esta se encontrar próxima de um rio. A maternidade apresenta- se numa situação bastante lastimável. Os nossos leitores dizem que não percebem o que é que os gestores do hospital em causa têm vido a fazer no local, pois eles não conseguem garantir que haja um bem tão essencial como a água.
Consta-nos que não é a primeira vez que acontece um problema desta natureza, de bradar aos céus, e que nos faz desejar que se demitam em bloco todos os que têm a seu cargo os destinos daquele hospital. Uma unidade sanitária não pode ficar sem água. Perante esta crise, como é que se cuida da higiene? Em que estado se encontram os lavabos? E como é que se apresentam as roupas das camas, sobretudo as das salas de cirurgia?
Diálogo político inconclusivo
Depois de duas semanas de pausa para cumprir agendas particulares, o Executivo moçambicano e o antigo movimento beligerante, a Renamo, voltaram à mesa do diálogo político na última segunda- -feira, 30 de Junho, e alcançaram uma xiconhoquice que classificam de “consensos parciais” em relação aos assuntos que têm vindo a discutir.
Saimone Macuiane e José Pacheco não enganam a ninguém relativamente ao diálogo: eles não chegaram a nenhum acordo. Prova disso é que no dia em que se reuniram as Forças de Defesas e Segurança (FDS) e os guerrilheiros da “Perdiz” voltaram a exibir armamento bélico, acto que culminou com o ferimento e a morte de pessoas inocentes.
Outra prova tem a ver com o facto de que a Renamo mantém os seus apetites visando partidarizar as Força Armadas de Defesas de Moçambique (FADM) do mais baixo ao mais alto escalão, o que nos dá a entender que, se por ventura chegar ao poder, vai agir, também, como a sua contraparte e cometer a xiconhoquice de tomar tudo como se fosse do partido.
Nem a formação política liderada pelo senhor que trocou a vida urbana pela selva nem o Governo e os seus sectários nos enganam como leitores: o diálogo ainda não começou a produzir resultados. Queremos que a guerra cesse sem quaisquer condicionalismos que possam colocar em causa a nossa liberdade.
Política na eleição do bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique
Moçambique Eugénio Zacarias foi, há dias, eleito bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique, em substituição de Aurélio Zilhão. O recém-eleito obteve 249 votos, o equivalente a 49,7 porcento dos 501 votos depositados nas urnas.
O novo timoneiro daquela agremiação profissional é médico legista, docente de Medicina Legal na Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane e perito da ONG Justice Rapid Response, que presta apoio ao Tribunal Penal Internacional e às Nações Unidas na Investigação Médico-forense de crimes contra a humanidade, genocídios e crimes de guerra. E ele é doutorado em ciências médicas.
Entretanto, pessoas habituadas a fazer xiconhoquices aproveitaram-se deste momento para promover politiquices. Só não vamos citar o nome dessa pessoa e dos seus coadjuvantes para não sujar esta página. Até porque não temos nenhum interesse em promover tais facínoras.
