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Xiconhoquices da semana: Electricidade de Moçambique; MINED; Analistas do regime

Xiconhoquices da semana: Funcionários públicos obrigados a participar na campanha eleitoral; Falta..

Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:

Electricidade de Moçambique

Não seria possível, no país, a constituição de um ranking de empresas que prestam maus serviços sem a presença no pódio da Electricidade de Moçambique (EDM). Trata-se de uma empresa pública que despreza profundamente os direitos do consumidor como, aliás, ficou demonstrado na segunda-feira. Alguns bairros da cidade de Maputo ficaram privados de corrente eléctrica horas sem fim e, como é normal, ninguém da EDM se dignou explicar o motivo da interrupção do fornecimento.

É uma relação sem direitos para o consumidor. Aliás, o único direito do consumidor é pagar no final de cada mês a factura que recebe depois de 30 dias de cortes constantes, oscilações de corrente e perda de electrodomésticos. E nem adianta queixar-se desses prejuízos. As suas queixas, regra geral, caem em saco roto. O Conselho Nacional de Electricidade (CENELEC) é esse saco roto. Uma instituição criada para defender os interesses do consumidor. Porém, serviçal até à náusea dos desmandos da EDM.

E a Xiconhoquice nem sequer tem dias contados, uma vez que a EDM não sabe o que é concorrência e, por causa disso, presta maus serviços para sabotar os consumidores e deixar claro que somos literalmente dependentes da incompetência de quem vive do nosso dinheiro. Portanto, dessa relação pornográfica no manto da Xiconhoquice os direitos dos consumidores continuam a ser estuprados todo o santo dia.

MINED

Mais uma Xiconhoquice no sector da Educação no país. Uma empresa de construção suspendeu, a meio, a edificação de uma escola no distrito de Báruè por falta de pagamento. Segundo o representante da empresa Construções CCM Limitada, o Ministério da Educação ainda não desembolsou nenhum tostão para o empreendimento e o valor com o qual iniciou a obra é do próprio construtor.

Por isso, está tudo paralisado, 11 meses depois do arranque da mesma infra-estrutura que devia ter sido concluída em oito 8 meses. O director distrital dos Serviços da Educação, Juventude e Tecnologia de Báruè, António Tomé, confirmou o caso ao @ Verdade e justificou-se afirmando que houve problemas na transferência do dinheiro para a conta bancária do empreiteiro.

Desculpa, no mínimo, estapafúrdia e que revela o nosso descaso total em relação ao futuro das nossas crianças. Se antes o lema era “Fazer da escola uma base para o povo tomar o poder”, agora está mais do que claro que a ideia é embrutecer o povo para os donos do país permanecerem agarrados ao poder. Só isso explica que se dê muito mais importância às visitas irresponsáveis da Primeira-Dama do que ao sector da Saúde.

Entretanto, o episódio faz com que se suspeite de que algumas obras que têm sido abandonadas a meio da construção são por culpa do Governo, em parte. Na verdade, nem devia ser uma suspeita, mas a certeza de que, salvo a desonestidade de uns poucos construtores, as coisas acontecem nestes moldes.

Analistas do regime

O Savana publicou uma lista de “analistas” dóceis aos olhos do regime. Lista essa que foi enviada pelo partido no poder aos órgãos públicos que vivem de lamber as partes íntimas da Frelimo. Uma lista que encerra, de todos os modos, o debate sobre a impopularidade do regime de Guebuza. Aquela lista constitui prova irrefutável de que o regime claudicou com o seu próprio vómito e agora precisa de oxigénio como nunca.

A ideia torpe e vil, segundo a qual é preciso combater jornais, é um atestado de incompetência que o regime exibe sem o saber. Significa que perdeu a luta contra a pobreza e que, agora, urge combater os órgãos que revelam os ossos de um país que pretende vergonhosamente dizer que cresceu. O que prova também, sem grandes dificuldades, que o Executivo teme os cidadãos que dirige.

Importa, portanto, questionar a raiz dessa selecção de analistas. O que leva um Governo eleito pela maioria a agir de tal forma? Qual é a necessidade de ter “analistas” dóceis, sobretudo quando a retórica governativa fala de grandes realizações? Afinal, a legitimidade da Frelimo não assenta na força dos seus feitos e de um povo que prospera como nunca?

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