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Xiconhoquices da semana: Confrontos armados em Tete; Presidente Nyusi na IURD; Julgamento de Fernando Banze, Fernando Veloso e Nuno Castel Branco

Xiconhoquices da semana: Investimentos do Banco Mundial em combustíveis fósseis; Endividamento das Empresas Públicas; Crise de gás de cozinha

Os nossos leitores elegeram as seguintes xiconhoquices na semana finda:

Confrontos armados em Tete

Sem dúvidas, Moçambique não está em guerra. Contudo, a verdade é que os tiroteios entre a Unidade de Intervenção Rápida (UIR) e o braço armado da RENAMO na província de Tete multiplicam-se. Até Agosto do ano passado, antes da assinatura da Lei do Acordo sobe a Cessação das Hostilidades Militares, o campo destes confrontos situava-se em Gorongosa, em Sofala. Mais ou menos dias todas as províncias do país vão viver esta experiência amarga de tiros e com gente a fugir de um lado para o outro sem eira nem beira. A partir daí, talvez, dir-se-á que Moçambique está em guerra, pese embora já estejamos em guerra não oficialmente declarada. A nossa diferença com aqueles países que vivem aos tiros. está apenas na intensidade e frequência do som dos tiros. Pese embora as razões desta tensão política e militar sejam de domínio público, até hoje não sabemos que futuro a vida nos reserva. Será que viveremos para testemunharmos uma vida melhor resultante dos planos de governação que nos tem sido prometida? Só Deus sabe. Todavia, como humanos, merecíamos uma outra sorte, sobretudo a de viver numa nação pacífica. Ou seja, de não sermos do mesmo país com os promotores desta guerra não declarada e desnecessária! Há moçambicanos que não deviam ser nossos irmãos por causa do seu carácter belicista!

Presidente Nyusi na IURD

Algumas das coisas que caracterizam a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) são o dízimo e uma suposta cura até de doenças que desafiam a medicina convencional ou a materialização de milagres. O Presidente da República, Filipe Nyusi, deve ser obviamente uma das pessoas que recebeu o milagre da sua eleição nas eleições de Outubro passado. Será que ele pagou o dízimo para tal? Naquele templo designado “Cenáculo da Fé” e em todas as suas subdivisões tantos outros milagres são possíveis. Vejam só que depois de tanta propaganda em relação a um terceiro encontro com Afonso Dhlakama bastou Filipe Nyusi voltar a frequentar a igreja para ficar iluminado e abençoado pelo espírito santo para declarar que “foi aqui pedido para dar mais atenção ao dossier da paz. Aceito porque assumi o compromisso. E digo que mesmo amanhã (24.08.15) vou fazer formalmente um convite ao líder da Renamo para falarmos”. E o convite foi realmente endereçado à Renamo para uma “reflexão sobre a paz”. Entretanto, talvez porque o dízimo foi muito pouco, Dhlakama respondeu à carta dizendo que a agenda do encontro é muito vaga. Senhor Presidente Filipe Nyusi, nas suas próximas idas ao “Cenáculo da Fé” desembolse tanto dízimo quanto baste. Faça isso pela paz!

Julgamento de Fernando Banze, Fernando Veloso e Nuno Castel Branco

Em breve terá lugar o julgamento dos jornalista Fernando Banze, Fernando Veloso e do economista Nuno Castel Branco. Multiplicam-se as vozes que estão contra o tal julgamento mas a administração da Justiça ignora tudo e todos porque não pretende decepcionar aqueles que engendraram este processo por vigarice. Há políticos que não gostam da Imprensa e disso não podemos ter dúvidas. O pavoroso nisto é saber que a administração da Justiça não dá ouvidos a juristas nem a advogados que defendem que o julgamento é inconstitucional na medida em que choca com os princípios de liberdade de expressão e opinião. Está-se a abrir um precedente grosseiro para que as pessoas tenham medo de expressar livremente as suas opiniões, segundo defendeu o jornalista e jurista Tomás Vieira Mário, ora presidente do Conselho Superior de Comunicação Social (CSCS). A Procuradoria-Geral da República (PGR) devia preocupar-se com vários processos que há décadas não conhecem nenhum andamento por falta de vontade política e também porque alguns crimes envolvem gente da nomenclatura. Que tal se a PGR investigasse com afinco e julgasse os casos Siba-Siba Macuácua e Giles Cistac, por exemplo, para não falarmos de tantos outros cujos processos estão a ser corroídos pela poeira e vermes nas gavetas de algumas secções dos tribunais, se é que lá chegaram alguma vez?

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