Os nossos leitores elegeram as seguintes xiconhoquices na semana finda:
Caça ilegal
A batalha contra os paquidermes com vista ao enriquecimento fácil está longe de ter fim. Como prova disso, há dia, seis cidadãos foram detidos recentemente e acusados de prática de caça ilegal de elefantes na Reserva Nacional do Niassa. Na posse dos detidos, que terão matado 39 elefantes este ano, foram encontradas 12 pontas de marfim e duas espingardas. A detenção resulta do trabalho desencadeado pelas autoridades policiais no distrito de Mecula, envolvendo os fiscais da Reserva e de uma empresa de Safaris que opera na região a Luwire.
A caça ilegal – ainda sem resposta eficaz por parte das autoridades governamentais – é uma prática comum em Niassa, mormente na coutada Luwire. Alguns chefes de tribos da comunidade de Gogemo, em Mussoma, no distrito de Mecula, por exemplo, são apontados como os promotores do problema, com o beneplácito da Polícia, que, também, faz vista grossa com o intuito de obter dividendos. Para além de haver indivíduos tais como secretários do partido Frelimo envolvidos na caça furtiva naquele distrito, determinados comandantes distritais usam armas com as quais deviam garantir a ordem e a tranquilidade públicas para abater paquidermes
Forças de Defesa e Segurança que atacaram posição da Renamo em Vunduzi
Não se sabe, ao certo, por que motivos temos um Governo composto por gente com orgulho mesquinho. No domingo passando, certas pessoas deixaram de ir à igreja louvar a Deus e pedir ao Omnipotente para que derrame a sua bênção sobre a Nação e haja uma paz sólida e duradoira, e ordenaram às Forças de Defesa de Segurança (FDS) para tentarem tomar de assalto uma suposta residência do líder da Renamo, em Santhudjira, no posto administrativo de Vunduzi, em Gorongosa.
Consta que as FDS foram travadas à bala pelos guerrilheiros da Renamo. Afinal, o acordo de cessar-fogo assinado a 24 de Agosto passado e a homologação, a 05 de Setembro corrente, dos entendimentos eram para que fim? Enquanto isso, há informações segundo as quais a Força de Intervenção Rápida (FIR) recebeu ordens superiores para fiscalizar as viaturas da Renamo com destino ao sul de Moçambique, em virtude da movimentação armas de guerra para serem utilizadas em caso de derrota eleitoral. Há quem ainda não sabe que Dhlakama afirmou que vai aceitar qualquer resultado eleitoral após o escrutínio de 15 de Outubro próximo?
Encerramento da Rádio Progresso
O Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM) mandou encerrar a Rádio Progresso, sita na cidade da Maxixe, província de Inhambane, alegadamente porque o seu sinal interferia com as comunicações do sistema de navegação aérea da zona e punha em causa a segurança de aeronaves que usam esta rota, segundo a reclamação da Empresa Aeroportos de Moçambique EP. A decisão é, sem dúvidas, legal, mas viola os direitos fundamentais dos cidadãos, mormente no que diz respeito à liberdade de imprensa, um direito consagrado na Constituição da República de Moçambique.
A estação emissora lesada devia responsabilizar o Estado moçambicano e o Conselho Superior de Comunicação Social (CSCS) tem o dever, também, de interpor recurso com vista a assegurar que os cidadãos continuem a ter acesso à informação por intermédio daquela rádio. Todavia, sabe-se que esta instituição não só tem pautado por negligência e incompetência quando se trata de assuntos como este, como também é dirigida por gente que tem fortes ligações umbilicais com o partido no poder e com o regime todo.