Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:
Assalto à casa do pai de Dhlakama
A inconsequência do Governo moçambicano é bastante preocupante. Quando se pensa que o Governo da Frelimo tende a humanizar-se, eis que nos surpreende com atitudes de corar de vergonha a todos nós como uma nação. Há uma semana, protagonizou mais uma xiconhoquices, através das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM). O exército moçambicano invadiram a residência do pai do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, no regulado de Mangunde a 20 quilómetros da sede do distrito de Chibabava, na província de Sofala e fizeram-no refém.
Sem apresentar qualquer mandado, o exército cercou e tomou de assalto a residência. Para justificar o acto ilegal, o comandante-geral da polícia da República de Moçambique (PRM), Jorge Khálau, veio a público afirmar que foram encontradas armas e munições na casa do pai do presidente da Renamo e disse ainda que a invasão se baseou em informações recolhidas no terreno, segundo as quais o pai de Afonso Dhlakama mantinha um esconderijo de material bélico na sua residência. Quanta xiconhoquice!
Campanha nas igrejas
A campanha eleitoral prossegue e, a cada dia, vai-se intensificando nos 53 municípios do país. Os candidatos se desdobram no processo de caça ao voto, usando todo os meios ao seu alcance. Estranho ou não, mas, nos últmos dias, as igrejas tornaram-se alvos dos fervorosos candidatos à edis, que até já sabem Ave-Maria todinha, e o Pai-Nosso também.
A título de exemplo, o candidato do partido Frelimo à edil da cidade de Maputo, David Simango, reuniu-se com líderes de diversas congregações religiosas. Simango apelou os líderes religiosos a olharem para as realizações do seu primeiro mandato como prova de que irá fazer um bom trabalho. “As realizações foram uma bênção de Deus. Foi graças à vossa colaboração que fiz tantas obras”, disse ele.
Por sua vez, os líderes religiosos pediram ao candidato da Frelimo mais vias de acesso nos bairros, iluminação pública, segurança e mais colaboração por parte do município. “Nós (as igrejas) queremos ser parceiros do município. A sociedade está a ficar corrompida. Sugerimos a introdução da disciplina de educação moral nas escolas sob gestão da edilidade”. Quem foi que disse que o político não acredita em Deus?
Uso de meios do Estado na campanha eleitoral e indiferença da CNE
Já era de esperar. Na verdade, em todas as campanhas eleitorais, o partido Frelimo sempre nos brindou com o ilegal hábito de usar os meios do Estado. Desta vez não seria uma excepção. Em quase todos os municípios a Frelimo mobilizou viaturas do Estado para acompanhar os seus candidatos.
Por exemplo, em Nacala Porto, uma viatura dupla cabine com a chapa da matrícula ABF 657 MP estava a ser conduzido por um motorista do Ministério das Obras Públicas e Habitação de Nampula. O administrador de Nacala-Velha, Daniel Chato, apoiou o partido Frelimo em Nacala-Porto usando a viatura protocolar do Governo, Toyota Hilux D4D, com a matrícula ADD 362 MP.
Em Gondola (Manica) a Frelimo está a usar viaturas do Estado com as matrículas AAH-418-MP e AAZ-056-MP, pertencentes às direcções provinciais da Agricultura e Obras Públicas. O festival de ilegalidade prossegue pelo país, porém o mais gritante nesse processo é o silêncio cúmplice da Comissão Nacional das Eleições (CNE).