Os nossos leitores nomearam os Xiconhocas do ano: Armando Guebuza; Teodoro Waty; Verónica Macamo confira abaixo porquê
1. Armando Guebuza:
É eleito o Xiconhoca do ano e, como prémio de Natal, ocupa a primeira posição deste TOP 3. Não é escolhido pelo cargo que ocupa, mas sim pelas tamanhas falácias que não dignificam, de forma alguma, a posição que assume neste Estado.
Entende-se que, se calhar, venha de uma escola onde aprendeu que crítica é sinónima de pena de morte de tal forma que, hoje, é brutalmente impossível guiar-se pelas liberdades fundamentais estatuídas na Constituição da República. Mas, se calhar, nós é que não conseguimos perceber a real função de um Chefe de Estado, mas também não é menos verdade que um caloiro do ensino secundário pode, à primeira, perceber que um Presidente da República é (ou deve, para este caso, ser) um sujeito de consenso nacional, um exemplo de dirigismo.
O Presidente da República representa cada um dos cidadãos deste povo. Ele é o espelho da Nação e de qualquer habitante, seja ele da ex-rua Pereira de Lago, seja de uma aldeia qualquer de Incídua, de Quelimane, da Beira ou de Gorogonsa.
E por esse motivo, no exercício das suas funções, ele devia despir-se de qualquer capa política e assumir-se Chefe de Estado como tal e deixar de proferir insultos aos críticos deste país.
Mas se calhar, como todo humano, está sujeito a erros, Armando Guebuza não percebe que a crítica constrói uma nação e não há tanta pachorra para as hossanas. Contudo, esperamos que no próximo ano seja um Presidente amante das redes sociais e mais honesto consigo mesmo.
2. Teodoro Waty:
Há gente que se podia dar ao mínimo de respeito em nome da sua comprovada bagagem académica (que aqui cai em terra). Aliás, se estudar é isto, era bom que o ensino primário passasse a não ser gratuito e, para mais, que não existisse nenhum nível superior.
Este Xiconhoca perfeito só não ocupa a primeiro lugar do pódio, deste TOP 3, por razões (óbvias) acima mencionadas. Porém, Teodoro Waty é um tipo de servidor público que não serve (passe a repetição) para este país, embora se auto-considere o homem mais inteligente da Nação moçambicana, sobretudo quando diz que é um indivíduo insubstituível.
É que, para além de deputado, ele é também presidente do Conselho de Administração das Linhas Aéreas de Moçambique , empresário, docente universitário, chefe de família, filósofo e um fala barato.
Há momentos aprovou uma lei que impede que um indivíduo se possa considerar mais inteligente do país ocupando vários cargos públicos e a auferir salários em todos eles. Engraçado é que a referida lei surpreende-o numa “lomba” e, ainda assim, por dinheiro, se recusa a cumprir.
Diz na sua eloquência incomodativa que esta lei (a Lei da Probidade Pública) não deve ser aplicada contra ele porque, primeiro, ganha pouco e tem contas por pagar. Segundo, não há quem lhe possa substituir e terceiro, porque foi ele quem aprovou a lei devendo ser aplicada a terceiros. Parabéns. Nós é que somos os burros e muito obrigado.
3. Verónica Macamo:
E cá está a Presidente da Assembleia da República (AR), membro da Organização da Mulher Moçambicana, grande (e que grande!!!) exemplo de engajamento feminino do país, Verónica Nataniel Macamo. Alta dirigente de um órgão soberano do Estado que partiu das bases e que hoje, com o sabor do poder a banhar-lhe as veias, consubstanciado pelo martelo da barulhenta casa do povo e do salário mensal estimado em cercado 250 mil meticais, adquiriu gostos estranhos, muitos estranhos para o que ela representa.
Começou com a estranha aquisição do suspeitíssimo ginásio caseiro, com fundos da magna casa. Bem, pensou-se na altura que fosse para ajudá-la a retomar ao corpo divino, porém debalde.
Não ocupou a residência oficial na zona nobre da cidade de Maputo para continuar a agastar os automobilistas que todo o santo dia enfrentam o recorrente engarrafamento que caracteriza as nossas estradas, em particular a que liga as cidades de Maputo e Matola, uma vez que são obrigados, pelos seus capangas, a abrir alas.
Mais recentemente, e só para variar, anunciou-se que vai passar a deslocar-se num Mercedes Benz S500, topo de gama, que vai custar cerca de 500 mil dólares (14 milhões de meticais) aos cofres da AR, valor que dava para comprar na Tata de Moçambique (sim, a empresa do chefe) quatro autocarros de transporte público.
Bem, ao que se percebe, se Verónica Macamo tivesse inteligência suficiente tal como demonstra nas redes sociais como o Facebook (não se sabe se é do conhecimento do Presidente da República, que as odeia e chama-as de fábricas de sonhos inalcançáveis), ela podia ter evitado cair neste TOP dos Xiconhocas do Ano.