Os nossos leitores elegeram os seguintes xiconhocas na semana finda:
Lea Dongue
O facto de a basquetebolista moçambicana Leia Dongue, que milita no 1º de Agosto em Angola, não fazer parte da selecção moçambicana que vai disputar o Campeonato Africano de Basquetebol, por não ter participado em nenhuma sessão de treinos na capital moçambicana antes de o combinado nacional embarcar para a Turquia, não deixa ninguém interrogado nem perplexo. É normal, até porque a compatriota alegou que estava com uma mazela no pé esquerdo. O que é inadmissível é Leia achar que os moçambicanos são parvos e sofrem de uma cegueira mental a ponto de não perceberem que ela tem pautado por subterfúgios sem necessidade. Que despautério do tamanho do mundo! Ninguém duvida de que a nossa basquetebolista possa estar lesionada. Contudo, porque é que ela não se prestou a ser examinada pelos médicos da selecção? Em que momento e onde a senhora se lesionou porque terminou a época ao serviço do 1º de Agosto sem nenhuma lesão? Será que Leia se vendeu a Angola ou apenas o estrelato lhe subiu tão cedo à cabeça? Que nas selecções moçambicanas há problemas de prémios que são prometidos antes dos jogos mas depois não são pagos nós já sabemos. Porém, Lei, não nos tome por parvos! Diga, de uma vez por todas, que os angolanos a tratam melhor que nós!
Gestores da Coca-Cola
A ideia de que os tais estrangeiros, mormente os que fazem parte do grupo de investidores, detêm mais conhecimento que os moçambicanos ainda prevalece? Na Coca-Cola, uma empresa onde o Estado moçambicano detém 28,78%, foram descobertos 62 cidadãos estrangeiros, de três nacionalidades, nomeadamente sul-africana, alemã e nigeriana, a trabalharem ilegalmente. Os gestores (xicos-mor) daquela multinacional de produção de refrigerantes deviam também ter sido escorraçados da mesma maneira que se afugenta os ratos quando infestam uma casa, porque sabem de que o que fizeram é contra a nossa lei de trabalho. Violar a norma desta forma grosseira, que até certo ponto consubstancia um desafio às autoridades, é um claro abuso de poder, revela proteccionismo por parte do Governo, pois este tem representantes dentro daquela companhia, os quais foram incapazes de abortar os esquemas que culminaram com a contratação daquele número de funcionários. Aliás, mesmo que tivessem admitido ilegalmente uma meia dezena de empregados estrangeiros o crime não mudava de figura, mas talvez tivesse menos peso que empregar mais de seis dezenas de pessoas. Isto é obviamente uma acção premeditada e consciente.
Panificadores e o Governo
Os propósitos que há cinco anos fizeram com que a capital de Moçambique acordasse com o povo nas ruas protestando contra o aumento do preço do pão estão gorados, pois o mesmo povo é roubado pelos panificadores com a cumplicidade do Governo. Este, depois de mandar a Polícia atirar gás lacrimogénio, balas de borracha e reais contra os manifestantes, vergou e cancelou o agravamento do pão e decidiu subsidiar os panificadorespara cobrir as perdas de que eles se queixavam. Porém, desde então, o peso do pão tem sido constantemente reduzido e o Executivo, que até definiu, num Regulamento de 2013, que o pão vendido ao público deveria pesar 45 gramas, ou 68 gramas, ou 100 gramas, ou 130 gramas, ou 210 gramas, ou 240 gramas, ou 450 gramas, ou 500 gramas ou ainda 1000 gramas, não tem feito nenhum controlo. Os panificadores roubam à população de tal sorte que se fartam e ainda recebem uma subvenção. Nas padarias de Maputo e Nampula o rosário de anomalias no peso que é indicado ao público chega a arrepiar. Foi para isto que 18 moçambicanos morreram na histórica greve dos dias 01 e 02 de Setembro de 2010? Enquanto os panificadores nos roubam, um Governo que se mostra negligente na fiscalização de matérias como este devia ser destituído e sair pela porta dos fundos de onde estiver instalado.