Os nossos leitores elegeram os seguintes xiconhocas na semana finda:
Automobilistas que abandonam as vítimas
Está a ser frequente vermos pessoas aparentemente sensatas fazerem-se ao volante mas quando protagonizam acidentes não assumem as suas responsabilidades. Semanalmente, as autoridades policiais queixam-se de condutores que atropelam indivíduos e depois abandonam as vítimas à sua sorte, o que contraria o disposto no Código de Estrada. Aliás, este dispositivo tem sido copiosamente infringido e a Polícia e as entidades que lidam com a matéria de viação não conseguem refrear o problema, nem aplicando as multar que constam da mesma lei. A sensibilização dos automobilistas com vista a observarem escrupulosamente as regaras de trânsito também não surte os efeitos desejados. Com este andar da carruagem, um dia a sociedade estará repleta de gente com traumas graves. Alguém imagina quantas famílias sofrem por causa desta situação? Alguém imagina que transtornos e sofrimento se abatem sobre uma casa quando o chefe da mesma está impossibilitado de trabalhar devido a um acidente?
Ladrões de túmulos
Determinadas pessoas, infelizmente muitas, que vivem à margem da lei, não têm recuperação. Uma vez ladras ou assassinas, assim são para sempre. Elas perseguem os seus semelhantes até depois da morte e, regra geral, nas suas acções malévolas, o erro está, sobretudo, no facto de não pagarem pelos seus crimes de forma exemplar. Quatro indivíduos, três dos quais professores, estão presos acusados de destruir túmulos com a finalidade de obterem ossadas para fins não conhecidos. Tal situação aconteceu no distrito de Murrupula, na província de Nampula, e os visados confessaram o seu envolvimento neste crime. Mas o que se passa na cabeça de um ser humano que perturba o descanso eterno de um indivíduo morto a troco de 80 mil meticais? Afinal, que fins têm os ossos humanos a ponto de serem tanto procurados, mormente nas zonas rurais? Ao ritmo em que as coisas estão, mais ou menos dias, os vendedores de ossadas vão invadir as morgues para esquartejar cadáveres com o intuito de obter o que tanto procuram.
Ali Abdala
Na cidade de Nampula, concretamente no bairro de Muhala-Expansão, vive um tal Ali Abdala, de nacionalidade libanesa, que abandonou o seu país e veio a Moçambique abraçar a actividade empresarial. À sua chegada, este cidadão era boa pessoa, com certeza, porque ainda pretendia conquistar a simpatia dos moradores daquela zona do país. Contudo, bastou ele instalar uma electro-ferrageira e contratar um punhado de gente para o ajudar a fazer dinheiro para se achar dono daquela terra. Parece que tem estado a treinar artes marciais e, por isso, usa os seus trabalhadores e clientes como meios para o aperfeiçoamento dos seus dotes de pugilismo. Num belo sábado, Ali Abdala espancou brutalmente um cliente e diz-se que tal situação é recorrente.A causa foi a reclamação, por parte da vítima, da abertura tardia da loja. Agastado com o protesto, o xico desferiu fortes golpes contra o queixoso. Não há autoridades naquela zona que possam pôr termo a estas brincadeiras de mau gosto?