Os nossos leitores elegeram as seguintes xiconhoquices na semana finda:
Polícia de Investigação Criminal sem meios
A Polícia de Investigação Criminal (PIC), cujo director foi exonerado dias depois do assassinato do constitucionalista Gilles Cistac, diz que não tem meios para desempenhar com eficácia o trabalho que lhe compete. A confissão desta fragilidade é, obviamente, um motivo de júbilo para os criminosos porque, para além de acharem graça e zombarem desta corporação, vão poder passear a sua classe à vontade.
Porém, o Governo ignora as recomendações da Ordem dos Advogados de Moçambique, segundo as quais a PIC deve sofrer reformas profundas para desempenhar cabalmente a sua missão no combate ao crime, e aloca mais meios sofisticados à Unidade de Intervenção Rápida (UIR).
Sabe-se que o objectivo desta xiconhoquice é usar esta forçar policial para reprimir as liberdades dos cidadãos. Isto só é possível num Estado gerido por compadres e comadres que formam um bando de incompetentes e inertes! Um dia, todos estes irão abandonar as poltronas dos seus gabinetes à paulada quando o povo se fartar!
Controlar bebidas caseiras
Francisco Mbofana, director nacional de Saúde Pública, diz que se está a efectuar o levantamento dos tipos de bebidas tradicionais produzidas em Moçambique e está-se a analisar aspectos tais como o nível de álcool, tempo e formas de preparação e comercialização, para servirem de base para a elaboração de um regulamento de controlo de bebidas alcoólicas fabricadas nas comunidades.
A iniciativa é boa mas peca por ter sido tomada tarde. Alguém pode explicar por que razão o Ministério da Saúde (MISAU) esperou tanto tempo para agir desta forma?
Foi necessário, primeiro, morrerem 75 compatriotas na tragédia de Chitima, em Tete, por causa de uma intoxicação de bebida de fabrico caseiro, denominada “Phombe”, em Janeiro, cujo veneno até hoje é desconhecido? Como povo, estamos à espera de ver o que vai dizer a instituição e como vai funcionar tal dispositivo. Mas, certamente, vai-se levar muito tempo para a sua concretização até o assunto cair no esquecimento.
Punição do mau uso das redes sociais
Há quem teve uma mente fértil e alertou os seus pares sobre a necessidade de se introduzir em Moçambique um regulamento sobre o uso das redes sociais, mormente para punir as pessoas que utilizam mal os meios de interacção social. E é verdade que há gente que precisa de ser “orientada” em relação a este aspecto e ser chamada à razão. Contudo, sabe-se que a ideia de tentar restringir o uso das redes sociais só pode ter brotado da mente do famigerado G40, um grupo de pessoas que se fazem passar por analistas pró-Governo com o intuito de tirar benefícios.
O que se pretende, realmente, é coarctar as liberdades de opinião e de expressão que circulam facilmente via Facebook, por exemplo, plataforma na qual os moçambicanos esgrimem os seus pontos de vista sobre o país. Esperamos estar enganados e que a intenção de quem está a pensar na referida regulação seja mesmo disciplinar e não impedir deliberadamente.