Os ataques xenófobos que “envolvem pobres contra pobres” na África do Sul, com uma economia mais pujante na África Austral, resultam do fracasso dos governos do continente na luta contra a miséria que ainda flagela os seus povos.
Boaventura Monjane da Via Campesina África, considerou que a xenofobia tem raízes económicas e deriva das desigualdades sociais e económicas que se assistem em África. “Os pobres na África do Sul não entendem por que continuam pobres e estão assim porque não têm acesso à educação e à riqueza produzida no seu país. O Governo falhou na provisão desses serviços”.
“Onde está a União Africana nesta crise?”, questionou Bandile Mdlalose, secretária-geral do Movimento dos Residentes das Favelas, uma organização da África do Sul. “Não está porque é uma organização que está para proteger as elites. Só age quando um deles está em apuros e pouco ou nada faz quando são os pobres que se confrontam…”.
Para o nigeriano Nnimmo Bassey, diretor da Homef, um organismo bientalista local, considerou que a violência de irmão contra irmão deve parar. Mas para tal é preciso que a juventude tenha “uma educação cívica e não uma educação para o diploma…”.
As declarações foram feitas numa conferência de imprensa, em Maputo, pelas organizações da sociedade civil da SADC, à margem do encontro sobre as mudanças climáticas.