O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) ao nível da província de Gaza acusa as autoridades do bairro “Coca Missava”, arredores da cidade de Xai-Xai, de inviabilizarem as suas actividades politicas naquele ponto a Sul do país. A acusação foi feita por Damião Mandlhaze e Judite Sitoe, ambos do MDM (um partido criado em Fevereiro passado), falando hoje a imprensa, em Xai-Xai, capital provincial de Gaza.
Segundo eles, um grupo constituído por mais de 10 pessoas do Secretariado daquele bairro “visitou” as instalações do MDM na manhã de Terçafeira, onde exigiu aos membros desta formação politica para retirarem a sua bandeira do local onde se encontrava içada. “Eles invadiram as nossas instalações e pediram para que arreássemos a bandeira porque não tinham o conhecimento da nossa existência, desde que inauguramos a nossa delegação a 11 de Julho passado”, disse Judite Sitoe, membro do Conselho Nacional do MDM, partido liderado pelo Edil da Beira, Deviz Simango. Segundo ela, os membros do MDM recusaram-se a retirar a sua bandeira, considerando que a sua existência no local é legal e do conhecimento das autoridades municipais e policiais.
Em reacção, o grupo das estruturas do bairro tratou de retirar a bandeira, acção que levou os membros do MDM a comunicar o sucedido as autoridades da Policia moçambicana (PRM) naquele ponto do país. A Policia notificou a chefe do bloco do bairro onde funciona o partido, mas ela não se fez presente na Esquadra. Esta situação obrigou a PRM a enviar uma equipa para a residência da referida chefe do bloco, mas não a encontrou. A PRM fez uma outra notificação para o secretário do bairro, de nome Absalão Nhacumangue, para se apresentar hoje na Esquadra local, mas ele não cumpriu o horário (diz ter chegado às 10 horas locais).
O MDM diz que este não é o primeiro caso de tentativa de impediment das suas actividades em Gaza. Segundo os membros daquele partido, na madrugada do dia 20 de Julho passado, indivíduos desconhecidos invadiram e incendiaram as suas instalações. “Parece que usaram combustível porque encontramos um galão vazio… partiram a porta e encontramos todos os cacifos abertos”, disse Judite Sitoe, acrescentando que “na nossa opinião, estas pessoas são as mesmas… os que vieram incendiar as instalações e os que vieram arrear a bandeira são os mesmos”.
Contactado pela imprensa, o secretário daquele bairro, Absalão Nhacumangue, confirmou ter visitado a sede do MDM em Gaza, mas argumenta que eles tencionavam ordenar aos membros do partido para retirarem a sua bandeira porque a existência do movimento ainda não é reconhecida pelas autoridades do bairro. “Fizemos quatro diligências para eles tratarem os documentos de modo a se apresentarem as autoridades, mas eles não responderam até que todo o bairro comunal foi lá ontem para exigir que eles arreiem a bandeira até que reúnam todos os documentos necessários”, argumentou ele.
“Não usamos força, mas depois houve perseguições da Policia à chefe do posto durante todo o dia e eu fui notificado pela Policia”, disse Nhacumangue, sublinhando não estar contra a existência de partido políticos no bairro, mas que estes devem se apresentar as autoridades.
“Estamos aqui a fazer o quê, afinal?… estamos para controlar os residentes do bairro e as organizações que funcionam aqui”, defendeu, referindo que qualquer organização nova no local deve apresentar a sua documentação às estruturas do bairro, antes de começar a desenvolver as suas actividades. Entretanto, o MDM não se apresentou ao secretariado do bairro, segundo acusa Nhacumangue, tendo apenas o procurado quando as pessoas desconhecidas invadiram e incendiaram as suas instalações