O abuso sexual, o trabalho infantil, a falta de escolarização, dentre outros problemas que afectam as crianças, para além de serem uma clara violação dos seus direitos, expõem-nas numa situação de vulnerabilidade, segundo a Rede de Comunicadores e Amigos da Criança (RECAC) em Nampula.
Aquele organismo diz ainda que apesar da existência de instrumentos legais que defendem as crianças, nota-se um aumento da falta de protecção deste grupo social. Sem avançar dados concretos que demonstrem tal reflorescimento, a directora executiva da RECAC, Célia Claudina, aponta o dedo acusador ao Governo alegadamente por ter aprovado uma Lei da Criança sem o respectivo regulamento, o que não cria um ambiente favorável para a penalização de todos aqueles que atentam contra o bem-estar dos petizes.
Segundo a directora executiva, “cada dia que passa são vistos casos dramáticos de abuso contra os petizes devido à sua incapacidade de se defenderem”.
Entretanto, uma das formas encontradas pela RECAC para minimizar este problema é trabalhar com alguns órgãos de comunicação social, em particular as rádios comunitárias. Estes têm sido capacitados no sentido de ajudar a difundir mensagens educativas contra o abuso e violação da criança e a respevtiva lei.
Célia Claudina refere que apesar desta iniciativa, muito trabalho há ainda por fazer de modo a consciencializar a sociedade a pautar por práticas positivas no relacionamento e tratamento da criança.
Enquanto isso, a nossa interlocutora considera que na comunicação social persistem conteúdos informativos, sobre a criança, que são maioritariamente sensacionalistas. Pouco contribuem na educação das famílias das vítimas, das comunidades e dos prevaricadores.
Ela pede, portanto, que o Governo elabore planos concretos e viáveis para o combate do abuso contra menores de idade e as instituições que lidam com este grupo social tenham um orçamento adequados para a sua protecção.