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Vodacom desmente Governo

Vodacom desmente Governo

O sistema que está a ser usado pelas companhias mCel e Vodacom no registo de cartões pré-pago e pós-pago não irá permitir o combate contra o crime em Moçambique, porque não possibilita que as mesmas companhias consigam ler as mensagens enviadas, segundo José dos Santos, Presidente do Conselho Executivo da Vodacom. “Fizemos várias propostas ao Governo sobre procedimentos de registo mais fiáveis, mas, de repente, surpreendeu-nos com a lei que nos dá apenas dois meses para fazer o trabalho de registo”, explicou dos Santos, reiterando que o sistema usado não irá contribuir “em nada” para o combate contra o crime organizado, “porque não podemos ler o conteúdo das mensagens”.

Apenas vai permitir a localização dos dois interlocutores, “mas o que eles estão a tratar isso não será possível saber, por precisar de um sistema mais sofisticado que este que estamos a usar”, reiterou o dirigente da Vodacom Moçambique, falando a jornalistas moçambicanos.

A importação do equipamento para montagem do referido sistema sofisticado requer, pelo menos, quatro meses, “mas o Govermo nos deu pouco tempo para o registo de que, até 15 de Novembro de 2010, não tiverem sido cadastrados, conforme determina o Governo.

“Nós propomos, pelo menos, um ano para o registo dos nossos clientes, como aconteceu na África do Sul e noutros países e o Governo não nos quis ouvir, pelo que nada podemos fazer senão registarmos o número que for possível mas sem garantias de que vamos bloquear os cartões que não forem registados até 15 de Novembro”, esclareceu o Presidente do Conselho Executivo da Vodacom.

Fundo de Transporte

Uma outra medida com a qual a Vodacom Moçambique discorda com o Governo prende-se com a cobrança coerciva do Fundo de Desenvolvimento dos Transportes pelas companhias de telefonia móvel celular moçambicanas, também a partir de Novembro de 2010, “porque não consta dos nossos contratos assinados com os clientes”, realçou dos Santos.

Para clientes do pré-pago serão descontados mensalmente cinco meticais a cada utilizador e 15 meticais aos clientes do pós-pago, segundo determina o Governo, medida que não tem acolhimento da Vodacom.

“Onde buscar este dinheiro porque muitos dos clientes pré-pagos ficam, por exemplo, apenas com 20 meticais só para receber chamadas de familiares seus que estão na África do Sul ou em várias regiões do país? Tirar deste valor para o cliente ficar sem número porque vamos cortar por falta de crédito?”, indagou-se o Presidente do Conselho Executivo da Vodacom.

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