Um surto mortal do vírus Ébola, que se suspeita que tenha causado a morte de pelo menos 63 pessoas, espalhou-se da área rural da Guiné para a capital, Conacri, disseram as autoridades, esta quinta-feira (27), depois de as nações da África Ocidental terem apontado o vírus como uma séria ameaça para a segurança regional.
O ministro da Saúde, Remy Lamah, disse à Reuters que quatro casos da febre hemorrágica – uma das doenças infecciosas mais letais conhecidas pelo homem – tinham sido confirmados na capital e as vítimas foram colocadas em quarentena.
A propagação do vírus Ébola para Conacri, cidade de cerca de 2 milhões de pessoas, marca uma escalada do surto na Guiné, uma das nações mais pobres do mundo, apesar de possuir ricos depósitos de bauxita e minério de ferro que atraem as empresas internacionais de mineração.
Até quarta-feira, 63 mortes haviam sido relatadas com base em casos suspeitos na remota Região da Floresta, no sudeste do país. Pelo menos mais seis pessoas morreram em Serra Leoa e na Libéria com os sintomas do Ebola – a maioria delas vindas da Guiné.
Descoberto em 1976, depois de um surto na República Democrática do Congo, então chamado de Zaire, o Ebola provoca uma febre hemorrágica grave em que as vítimas sofrem vómitos, diarreia e hemorragia interna e externa.
Desde a sua descoberta sabe-se que o Ebola – nome de um rio no norte do Congo – matou mais de 1.500 pessoas. Não há cura ou vacina, em parte porque a raridade da doença faz com que o desenvolvimento de medicamentos seja difícil.