O calor intenso que se fez sentir, Segunda-feira, segundo dia do ano de 2012, na cidade de Maputo, ampliou as janelas para que se visse claramente que o oportunismo nos transportes é uma realidade incontrolável. Ir, assim como voltar, da praia Costa do Sol significava sucumbir aos cotovelos para conseguir ensardinhar-se num chapa e pagar o dobro do estipulado pela lei.
Muitos transportadores semicolectivos de passageiros, abandonaram, a partir das 9 horas da manhã, quando o calor começava a intensificar, as suas várias rotas para transportar exclusivamente pessoas que iam a praia Costa do Sol a partir de vários pontos da cidade e arredores.
O @Verdade testemunhou as práticas desses servidores na improvisada rota de curtíssima distância Expresso/Costa do Sol onde os recintos dos chapas com capacidade de levar 16 pessoas eram fechados para poderem levar mais da lotação normal, muito mais de 16 pessoas de pé, ensardinhadas a acotovelarem-se. E o preço cobrado pelo serviço de transporte era de dez meticais contra os cinco estabelecidos, marcando um agravamento em cem porcento.
Questionados sobre a razão do agravamento do preço, os transportadores diziam que o preço não era essencialmente do transporte, mas sim de chegar à praia. “Os passageiros devem pagar a pensar na praia e não no transporte”, disse um cobrador de chapa. Já na volta a filosofia era de pagar a pensar em chegar à casa.
Num país dito, pela chefia, estar em satisfatório crescimento, as regras pouco funcionam. Os desmandos acontecem despercebidos do princípio ao fim. O povo maravilhoso dificilmente se desloca de um lugar para o outro mesmo com o país a crescer a uma velocidade turbinada.