Esta foi uma daquelas semanas memoráveis, que indelevelmente ficarão registadas! Decidi passar alguns dias na cidade que me viu nascer, Quelimane, não só para matar saudades, mas também e porque não essencialmente, para me inteirar da evolução do projecto Zalala Beach Lodge e Safaris!
A ideia original era sair de Quelimane na sexta-feira. (In) felizmente, os meus colegas do CEMO haviam agendado uma palestra com a Directora Geral do Instituto para a Promoção de Pequenas e Médias Empresas, no hotel VIP, para as 15.30 de Sexta feira. A essa altura o voo da LAM já estaria a aterrar em Quelimane. Como as leis da física não nos permitem estar em dois locais diferentes, ao mesmo tempo, tive de optar. Passaria a sexta-feira em Maputo e apanharia o voo do sábado para Quelimane!
Acto contínuo embarquei no voo da LAM cerca das 13.00 do sábado e duas horas depois desembarcava na cidade de Quelimane num dia chuvoso! E para quem conhece Quelimane, ou melhor as esburacadas ruas da ex-cidade de Quelimane, que uma vez foram avenidas, visitar Quelimane em dias chuvosos é ‘obra de Deus’! Chegado a Quelimane, não me fiz de rogado! Pus-me ao volante e em menos de 45 minutos estava em Zalala! A estrada ‘fiodentalizada’ Quelimane-Zalala estava relativamente em melhores condições se comparada com a minha última visita em Outubro de 2009!
Devido ao agora famoso ‘Festival de Zalala’, algumas benfeitorias haviam sido feitas nas partes mais críticas do troço, o que diminuía sobremaneira o sofrimento dos transeuntes! Os críticos troços Dona-Ana-Varampani, Maquival-Mugogoda e Mugogoda-Pente encontram-se num estado relativamente transitável! Ao contrário da estrada Quelimane- Zalala, asfaltada nos anos 1970, o troço Zalala-Supinho, em terra batida, encontra-se em avançado estado de degradação!
Apelos aos governos distritais, provinciais e nacional parecem terem caído, pelo menos ate agora, em ouvidos moucos! Oxalá, os fazedores do Novo Plano Quinquenal do Governo 2010-2015, do Plano Económico e Social 2010, e do Provincial e Distrital 2010 não se tenham esquecido deste troço vital para o relançamento do turismo na Zambézia! Caso não se lembrem deste troço, quem sabe se não seria altura para a devolução da Praia de Zalala ao Município de Quelimane?
Dizia eu que ao contrário das melhorias no troço Quelimane- Zalala de 45 quilómetros, que agora se pode fazer em 30 a 40 minutos, o troço Zalala-Supinho, de 12 quilómetros, não pode ser feito em menos de 45 minutos! Isto apesar de os principais instrumentos de governação do país afirmarem de viva voz que “a promoção do turismo e prioridade nacional”! Ou como diria o meu amigo Yok Chan, no debate sobre a ‘Promoção de Pequenas e Médias Empresas’, ‘o problema deste país é que tudo é prioridade, não se sabendo qual das prioridades é de facto prioridade! Para não vos cansar, pararei por aqui.
Mais tarde falarei das peripécias da viagem à ‘águas quentes de Nhafuba’ a cerca de 100 quilómetros de cidade de Quelimane que é feita, nas actuais condições, em não menos de 4 horas! E diga-se de passagem, com dois homens munidos de machados e catanas para retirar troncos e árvores tombados que repousam eternamente na estrada! Um abraço Copenhageano!