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‘@Verdade Editorial: O país à pique e Zandamela sereno

Já era de se esperar, porém, o Banco de Moçambique informou, esta semana, que o endividamento público bateu recorde de 107, 8 mil milhões de meticais, mantendo- -se, assim, a nível interno o risco relativo à sustentabilidade da dívida pública. Pelo andar da carruagem, a situação económica e financeira do país vai se deteriorando e, consequentemente, o custo de vida vai pesando para os moçambicanos. Na verdade, nos últimos tempos, a população moçambicana vive sob constante aumento de preços de principais bens alimentares e serviços básicos.

Em pouco espaço de tempo, os moçambicanos assistiram a subidas galopantes dos preços de transportes, electricidade, combustíveis, para além de produtos de alimentares diversos. Não há réstia de dúvidas de que esta situação financeiramente caótica que o país atravessa resulta dos empréstimos ilegais contraídos por empresas que, a curto prazo, se mostraram ser uma verdadeira trapaça. Ou seja, ficou claro que as supostas empresas, nomeadamente a Ematum, MAM e a Proindicus, foram um mecanismo para um bando de indivíduos ligados ao partido Frelimo ampliarem os seus patrimónios pessoais e hoje continuam ímpunes.

Diante da situação que se vive, sobretudo a velocidade estonteante do aumento da dívida pública interna, tudo indica que os moçambicanos devem preparar-se para o pior. Só para se ter uma ideia de Fevereiro a Março do ano em curso, a dívida pública aumentou em 3,1 mil milhões de meticais. A esse ritmo, até o fim do primeiro semestre de 2018, o nosso país estará mergulhado no pântano da desgraça mais do que já está. Refira-se que a dívida pública externa é também outro problema que agrava a situação económica do país e o Fundo Monitário Internacional (FMI) já informou que valor actual da dívida pública externa e com garantias do Estado face ao PIB excede largamente o limite prudencial de 40 procento nos próximos oito anos.

O mais caricato é o optimismo que continua a ser demonstrado pelo Governo da Frelimo em todos os seus encontros, mesmo sem apresentar algo em concreto que possa relançar a esperança dos moçambicanos em verem mudança na situação financeira e económica do país. Além disso, o Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, também continua a mostrar um optimismo exarcebado, afirmando que a crise já está ultrapassada. Portanto, esse optimismo é, sem dúvidas, resultante de um posicionamento político de quem tem as contas todas pagas à custa do sofrimento do povo.

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